quarta-feira, 11 de março de 2009

Janete Clair



Jenete Stocco Dias Gomes, nascida aos 25 de abril de 1925 na cidade de Conquista-MG e falecida aos 16 de novembro de 1983 no Rio de Janeiro-RJ, foi uma escritora brasileira, autora de folhetins para rádio e televisão.

Sua carreira teve início em 1943 como radioatriz, na Rádio Tupi. Adotou o sobrenome artístico Clair em homenagem ao compositor francês Debussy e a obra Clair de Lune. Nos anos 1950, incentivada pelo marido, o também dramaturgo Dias Gomes, passou a escrever radionovela e teve grande sucesso com Perdão, Meu Filho (Rádio Nacional, 1956). Com Dias, Janete teve quatro filhos: Guilherme, Alfredo, Denise e Marcos Plínio, falecido ainda criança com dois anos e meio.

Na década de 1960 iniciou a produção para a televisão, com as telenovelas O Acusador e Paixão Proibida, ambas pela TV Tupi. Em 1967, recebeu a incumbência de alterar a trama da telenovela Anastácia, a Mulher Sem Destino, da Rede Globo, para reduzir drasticamente as despesas de produção. Ela, então, inseriu na história um terremoto que matou a metade das personagens e destruiu a maior parte dos cenários (Em 1969, um incêndio na Rede Excelsior de São Paulo destruiu cenários e grande parte do acervo). Depois disso, ficou em definitivo na Rede Globo, onde escreveu algumas telenovelas como Sangue e Areia, Passo dos Ventos, Rosa Rebelde e Véu de Noiva.

Nos anos 1970 escreveu algumas das telenovelas de maior sucesso, como Irmãos Coragem (1970), Selva de Pedra (1972) e Pecado Capital (1975), período este em que passou a ser chamada de "a maga das oito", por garantir grandes índices de audiência nas telenovelas exibidas neste horário. Em 1978, parou o Brasil com a telenovela O Astro, em torno do mistério de "quem matou Salomão Hayala?" , interpretado por Dionísio Azevedo. Janete Clair se tornou a maior autora popular da história do Brasil, a única a alcançar 100 pontos de audiência.

Ao morrer, vitimada por um câncer no intestino, escrevia a telenovela Eu Prometo, que deixou inacabada, sendo concluída pela colaboradora Glória Perez, que viria a tornar-se novelista, e pelo seu viúvo Dias Gomes.

Carreira no Rádio:

1944 - Teatrinho das Cinco Horas - Rádio Difusora de S. Paulo
1948 - Rumos Opostos - Rádio América de São Paulo
1950 - Pausa para Meditação - Rádio América de São Paulo
1952 - Ana Karenina - Rádio Clube do Rio de Janeiro
1956 à 1969 - Perdão Meu Filho, Alba Valéria, Amar Até Morrer, A Canção do Fugitivo, A Canção do Rio, O Canto do Cisne, Concerto de Outono, A Deusa do Rio, Ela se chamava Esperança, Uma Escada para o Céu, A Estrada do Pecado, Um Estranho na Terra de Ninguém, A Família Borges, A Imagem de Rosana, Inocente Pecadora, Uma Mulher contra o mundo Intreiro, A Mulher Marcada, Noite Sem Fim, A Noiva das Trevas, Nuvem de Fogo, O Orgulho de Mara, Pérolas de Fogo, Poema de um Homem Só, Rosa Malena, O Sorriso da Imagem de Pedra, Sublime Pecadora, A Sultana do Grande Lago, A Taça do Pecado, Vende-se um Véu de Noiva (todas na Rádio Nacional (RJ).)

Carreira na Televisão:

TV Tupi
1963 Vesperal Troll
1967 Paixão proibida
1966 Vesperal Troll
1964 O Acusador

TV Rio
1963 Nuvem de Fogo (baseada em radionovela da Rádio Nacional)
1966 O Porto dos Sete Destinos (segundo informações veiculadas no orkut)
1966 Show sem Limites (esquetes)
1969 Acorrentados

TV Itacolomi (Belo Horizonte)
1965 Estrada do Pecado

Rede Globo
Pecado Capital - 1998 (remake escrito por Glória Perez)
Irmãos Coragem - 1995 (remake escrito por Dias Gomes e Marcílio Moraes)
Direito de Amar - 1987 (radionovela A Noiva das Trevas, adaptada por Walter Negrão)
Selva de Pedra - 1986 (remake escrito por Eloy Araújo e Regina Braga)
Eu Prometo (terminada por Glória Perez) - 1983/1984
Sétimo Sentido - 1982
Jogo da Vida - 1981 (argumento desenvolvido por Sílvio de Abreu)
Coração Alado - 1980/1981
Pai Herói - 1979
Dancin' Days - 1978 (baseada no argumento de A Prisioneira)
O Astro - 1977/1978
Duas Vidas - 1976/1977
Caso Especial - 1975
Pecado Capital - 1975/1976
Bravo! - 1975/1976
Corrida do Ouro - 1974 (supervisão)
Fogo sobre Terra - 1974
O Semideus - 1973/1974
Meu Primeiro Baile - 1972 (Caso Especial)
Selva de Pedra - 1972/1973
O Homem que Deve Morrer - 1971/1972
Irmãos Coragem - 1970/1971
Véu de Noiva - 1969/1970
Rosa Rebelde - 1969
Passo dos Ventos - 1968/1969
Sangue e Areia - 1967/1968
Anastácia, a Mulher sem Destino (inicialmente escrita por Emiliano Queiroz) - 1967

sábado, 7 de março de 2009

Ataulfo Alves



Ataulfo Alves de Souza, nascido aos 2 de maio de 1909 em Miraí-MG e falecido aos 20 de abril de 1969 no Rio de Janeiro-RJ, foi um compositor e cantor de samba brasileiro, e um dos sete filhos de um violeiro, acordeonista e repentista da Zona da Mata, chamado "Capitão" Severino.

Aos oito anos de idade, já escrevia versos. Foi leiteiro, condutor de bois, carregador de malas, menino de recados, engraxate, marceneiro e lavrador, ao mesmo tempo que frequentava a escola. Aos dez anos, perde o pai e sua mãe vai morar com os filhos no centro de Miraí.

Aos dezoito anos, fixou residência no Rio de Janeiro acompanhando um médico para o qual trabalhava dia e noite como ajudante de farmácia. Aos dezenove anos tocava violão, cavaquinho e bandolim. Casou-se com Judite com quem teve cinco filhos.

Aos vinte começou a compor e tornou-se diretor de harmonia de Fale Quem Quiser, bloco organizado pelo pessoal do bairro.

Em 1933, Almirante gravou o samba Sexta-feira, sua primeira composição a ser lançada em disco. Dias depois, Carmem Miranda, gravou Tempo Perdido, garantindo sua entrada no mundo artístico.

Sua musicografia ultrapassa 32o canções, sendo uma das maiores da MPB, tendo como intérpretes importantes que fizeram versões de suas músicas, Clara Nunes e os grupos Quarteto em Cy e MPB-4.

Faleceu em decorrência do agravamento de uma Úlcera, após intervenção cirúrgica, no Rio de Janeiro, poucos dias antes de completar 60 anos de idade. (Fonte: Wikipédia)

Maiores Sucessos:

Ai, que saudades da Amélia (com Mário Lago)
Atire a primeira pedra (com Mário Lago)
Bom crioulo
Errei, erramos (com Artur Vargas Jr)
Errei, sim
Faz como eu
Gente bem também samba
Jubileu
Laranja madura
Leva meu samba
Meus tempos de criança
Marcha pró-oriente
Mulata assanhada
Na cadência do samba (com Paulo Gesta)
Nem que chova canivete
O bonde de São Januário (com Wilson Batista)
O homem e o cão
Oh! Seu Oscar (com Wilson Batista)
Pois é
Requebro da mulata
Sei que é covardia (com Claudionor Cruz)
Vai, mas vai mesmo
Vida da minha vida
Vassalo do samba

sábado, 28 de fevereiro de 2009

Henriqueta Lisboa



Henriqueta Lisboa, escritora brasileira, nascida aos 15 de julho de 1901 em Lambari - MG e falecida aos 9 de outubro de 1985 em Belo Horizonte - MG. Filha de Maria Rita Vilhena Lisboa e do Conselheiro João de Almeida Lisboa. Diplomou-se normalista pelo Colégio Sion de Campanha. Transferiu-se com a família para o Rio de Janeiro em 1926, onde seu pai ocupou o cargo de Deputado Federal.
Sua trajetória poética teve início em 1925, com a publicação do livro de poemas, Fogo Fátuo, de forte tendência simbolista, traço significativo de sua obra que se estenderá até a década de 1940. Em 1931, com o livro Enternecimento, recebeu o prêmio de poesia Olavo Bilac, da Academia Brasileira de Letras.
Em 1935 mudou-se para Belo Horizonte, onde se notabilizou como poetisa, tradutora e ensaísta. Considerada pela crítica especializada da época como uma das grandes expressões da lírica moderna, Henriqueta Lisboa teve, a partir de 1940 até 1945, o acompanhamento profissional de Mario de Andrade, grande leitor de seu texto e conselheiro para lições de poesia. A vasta correspondência mantida entre os dois escritores demonstra o grau de cumplicidade aí instaurado, em que ela se revelava, ao mesmo tempo, a interlocutora e a amiga na discussão de temas pessoais e literários.
Sua produção intelectual se caracterizou pelo exercício da tradução, da publicação de ensaios literários, da organização de antologias e da participação em obras coletivas. Exerceu ainda várias atividades profissionais, como a de Inspetora Federal de Ensino Secundário; a de Professora de Literatura Hispano-Americana e Literatura Brasileira da Universidade Católica de Minas Gerais; a de Membro do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais e a de Professora de Literatura Geral da Escola de Biblioteconomia da UFMG. Em 1963 é eleita a primeira mulher da Academia Mineira de Letras, conquista profissional seguida da outorga de vários títulos honoríficos. (Fonte: http://www.letras.ufmg.br/henriquetalisboa/ )

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Lamartine Babo



Lamartine Babo, nascido aos 10 de janeiro de 1904 na cidade do Rio de Janeiro - RJ e falecido aos 16 de junho de 1963, também no Rio de Janeiro, foi um dos mais importantes compositores populares do Brasil. Era tio de Oswaldo Sargentelli. Mesmo tendo sido um leigo em técnica musical, Lamartine criou melodias maravilhosas, resultantes de seu espírito inventivo e altamente versátil. Começou a compor aos catorze anos - a valsa "Torturas do Amor" e, aos dezesseis anos, compõe a opereta "Cibele". Quando foi para o Colégio São Bento dedicou-se a músicas religiosas.

Formou-se em Ciências Jurídicas e Sociais na então Faculdade de Direito da Universidade do Rio de Janeiro, atual Faculdade Nacional de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Porém, foi através das marchinhas carnavalescas, cantadas até hoje, como O Teu Cabelo Não Nega[1], Grau 10, Linda Morena, e A Marchinha do Grande Galo, que o seu nome se tornou mundialmente conhecido como o Rei do Carnaval. Em suas letras, predominavam o humor refinado e a irreverência. Como poucos, Lamartine alcançou os dois extremos da alma brasileira: a gozação e o sentimento.

Em 1949 compôs os hinos dos 11 participantes do Campeonato Carioca de Futebol daquele ano, com patrocínio do programa de rádio Trem da Alegria, que lançou discos de vinil de cada um dos clubes. Em um só dia Lamartine Babo compôs os famosos hinos dos considerados seis maiores e mais tradicionais times de futebol do Rio de Janeiro - sendo o primeiríssimo em seu coração o América FC, além de Vasco da Gama, Fluminense, Flamengo, Botafogo e Bangu. Em seguida foram escritos os hinos dos clubes "menores", sendo eles o São Cristóvão, Madureira, Olaria, Bonsucesso e Canto do Rio. Esses hinos são, na verdade, hinos populares, sendo os hinos oficiais da maioria dos clubes músicas diferentes.

Lamartine Babo, o Lalá, era uma das pessoas mais bem humoradas e divertidas de sua época, não perdendo nunca a chance de um trocadilho ou de uma piada. Em uma entrevista afirmou "Eu me achava um colosso. Mas um dia, olhando-me no espelho, vi que não tenho colo, só tenho osso". Numa outra, o entrevistador pergunta qual era a maior aspiração dos artistas do broadcasting, Lalá não vacila: "A aspiração varia de acordo com o temperamento de cada um... Uns desejam ir ao céu... já que atuam no éter... Outros ‘evaporam-se’ nesse mesmo éter... Os pensamentos da classe são éter... ó... gênios..." - valeu-lhe o título de O Pior Trocadilho de 1941.
E aconteceu também o caso dos correios: Lalá foi enviar um telegrama, o telegrafista bateu então o lápis na mesa em morse para seu colega: "Magro, feio e de voz fina". Lalá tirou o seu lápis e bateu: "Magro, feio, de voz fina e ex-telegrafista".

Sua primeira marchinha gravada, foi a divertida "Os Calças-Largas", em que Lamartine debochava dos rapazes que usavam calças boca-de-sino. Em 1937, com a censura imposta pelo Estado Novo de Getúlio Vargas, carnavalescos irreverentes como Lamartine Babo ficaram proibidos de utilizar a sátira em suas composições. Sem a irreverência costumeira, as marchinhas não foram mais as mesmas.

Em 1951, aos 47 anos, Lamartine Babo, que nunca tivera sorte no amor, casou-se, enfim. Morreu vitimado por um infarto, em junho de 1963, deixando seu nome no rol dos grandes compositores deste país. Seu amigo e parceiro João de Barro, o popular Braguinha, disse certa vez: "Costumo dividir o carnaval em duas fases: Antes e depois de Lamartine". (Fonte: Wikipédia)