quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

Cely Vilhena


Cely Maria Vilhena de Moura Falabella, nascida em Conquista - MG, aos 16/02/1930 e falecida em Belo Horizonte - MG, aos 30/07/2017. Filha de Thomaz Vilhena de Moura e Páschoa Queiroga. Seu pai chegou em Conquista em 1920, enviado pela Secretaria de Agricultura. Jovem empreendedor, fez muito pela cidade e assumiu interinamente a Prefeitura em 1931. Em 1933 foi nomeado Prefeito efetivo pelo Presidente do Estado Olegário Maciel e, em 1947, voltou à Prefeitura pelo voto direto, na chapa em que foi eleito o Governador Milton Campos. Cely casou-se com Francisco Pérsio Falabella, notável escritor e poeta. Era também funcionário Público. Tiveram 5 filhos. Cely Vilhena formou-se em Letras Neolatinas na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras Santa Maria de Belo Horizonte, fez Licenciatura na Universidade Federal de Minas Gerais e Psicologia na Fundação Mineira de Educação e Cultura. Cursou Pós-Graduação na Faculdade de Educação da UFMG. Exerceu atividades na área de Recursos Humanos da Previdência Social, foi professora de Psicologia da Indústria e Psicologia Escolar na Faculdade de Ciências Humanas – FUMEC e psicóloga na Clínica “Mens Sana”. Além da AFEMIL, onde foi Presidente, Cely pertenceu também à Academia Municipalista de Minas Gerais, à União Brasileira dos Trovadores, seção de Belo Horizonte, ao Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais e ao Elos Internacional, do qual foi Vice-Presidente. Recebeu vários prêmios, títulos e honrarias: Foi condecorada com a Medalha de Prata Santos Dumont e recebeu Diploma de Mérito Artístico Rômulo Paes, da Câmara Municipal de Belo Horizonte. Recebeu também, da Câmara Municipal, o Diploma de Cidadã Honorária de Belo Horizonte, em homenagem que lhe foi prestada pelo vereador Márcio Cunha. Recebeu a Medalha comemorativa dos 47 anos da Academia Mineira de Trovas e a Medalha “Mulher de Minas de 2010”, do Instituto Brasileiro de Culturas Internacionais de Minas Gerais, por sua relevante atuação e destaque no campo cultural e literário. Cely Vilhena publicou 8 obras poéticas: Seu primeiro livro, Tempo Espera, (coletânea de poemas – 1986) foi muito bem recebido pela crítica, obteve Menção Especial no prêmio Guararapes, em concurso de âmbito nacional organizado pela União Brasileira de Escritores (Seção Rio de Janeiro em convênio com a Prefeitura de Jaboatão, Pernambuco). Nas palavras do escritor e crítico José Carlos Lisboa, nesse livro “Cely Vilhena restaura o verso, o ritmo, a medida, a semântica. Sua poesia flui como um fio de água transparente e sonora, modulada em meios expressivos, depurados, que dão aos seus poemas sob o valor descritivo, a autêntica força poética”. Com o livro Clara e Francisco – de Assis e de Deus, Romanceiro, publicado em 1994, recebeu o Prêmio Especial da União Brasileira de Escritores do Rio de Janeiro. Ao ingressar no Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais, sob o patronato de Bárbara Heliodora, a autora fez uma homenagem aos ilustres consócios publicando Romance de Bárbara Eleodora, em 1999. Com este livro recebeu o Prêmio Jorge de Lima para romanceiro, da Academia Carioca de Letras e União Brasileira dos Escritores do Rio de Janeiro. Em 2002 lançou o livro Na Esteira do Tempo – Lírica, uma coletânea de poemas escritos de 1950 a 1999, divididos em nove livros. Com esta publicação, recebeu o Prêmio Centenário Emílio Moura, da Academia Mineira de Letras. Em Conquista de Meus Amores – Romanceiro, publicado em 1987, a autora pesquisa, reconstitui uma época e louva em versos a sua terra natal, Conquista. Nas palavras do conceituado historiador, Waldemar de Almeida Barbosa, “todo o livro é de um lirismo encantador e procura seguir os passos da história com fidelidade.” No livro Os Olhos de Aarão – História Poética de Belo Horizonte, Romanceiro publicado em 1988, faz uma pesquisa histórica (uma epopéia poética) sobre a fundação da capital e seu desenvolvimento. Em 2006 lançou A Casa do Menino, destinado a prestar reverência à memória de Vivaldi Moreira, um dos mais ilustres e cultos mineiros do século XX. Ao prefaciar esta obra, o então Presidente da Academia Mineira de Letras, Murilo Badaró, coloca em evidência o talento da escritora, dizendo: “A personalidade intelectual de Cely Vilhena é de tal exuberância que dificulta seu enquadramento em padrões muito convencionais. Não é muito fácil identificar qual a mais empolgante, se a poeta, a cronista, a ensaísta ou a conferencista, tudo conjugado numa alma carregada de inspiração para produzir belas coisas”. Em 2007 publicou ainda um libreto Os Mistérios do Terço de Nossa Senhora, Sonetos, em homenagem à sua neta Isabel Falabella Ricaldoni, por ocasião de sua primeira comunhão.

sexta-feira, 9 de agosto de 2019

Euclídes da Cunha


Euclides Rodrigues Pimenta da Cunha, nascido em Cantagalo - RJ aos 20 de janeiro de 1866 e falecido aos 15 de agosto de 1909) na cidade do Rio de Janeiro - RJ, foi um escritor e jornalista brasileiro. Nascido em Cantagalo, estudou na Escola Politécnica e na Escola Militar da Praia Vermelha, tornando-se brevemente um militar. Ingressou no jornal A Província de S. Paulo — hoje O Estado de S. Paulo — enquanto recebia título de bacharel e primeiro-tenente. Em 1897, tornou-se jornalista correspondente de guerra e cobriu alguns dos principais acontecimentos da Guerra de Canudos, conflito dos sertanejos da Bahia liderados pelo religioso Antônio Conselheiro contra o Exercito Brasileiro. Os escritos de sua experiência em Canudos renderam-lhe a publicação de Os Sertões, considerado uma obra notável do movimento pré-modernista que, além de narrar a guerra, relata a vida e sociedade de um povo negligenciado e esquecido pela metrópole. Reconhecido por seu trabalho, foi eleito para a Academia Brasileira de Letras em 1903. Viajou para a região norte do Brasil em uma campanha de demarcação de suas fronteiras, a qual chefiou. Lá, escreveu obras de denúncia e, ao voltar para o Rio de Janeiro, trabalhou no gabinete do Barão de Rio Branco. Seu casamento com Ana Emília Ribeiro foi marcado pela infidelidade de sua esposa, que teve dois filhos fora do casamento, frutos de seu caso extraconjugal com o militar Dilermando de Assis. Ao saber do caso, Euclides tentou assassinar o amante de sua esposa, contudo foi morto por este, no que ficou conhecido como "Tragédia da Piedade". Sua obra continua relevante no âmbito nacional e é estudada no mundo acadêmico. Cidades fortemente ligadas a sua vida comemoram a Semana Euclidiana, em razão de Os Sertões. A obra é reconhecida por seu regionalismo e neologismo, típicos do período pré-modernista e influentes nas origens do modernismo. No centenário de sua morte foi realizado em sua cidade natal uma série de exposições do Projeto 100 Anos Sem Euclides. Durante a fase inicial da Guerra de Canudos, em 1897, Euclides escreveu dois artigos intitulados A nossa Vendeia que lhe valeram um convite d'O Estado de S. Paulo para presenciar o final do conflito como correspondente de guerra. Isso porque ele considerava, como muitos republicanos à época, que o movimento de Antônio Conselheiro tinha a pretensão de restaurar a monarquia e era apoiado por monarquistas residentes no país e no exterior. Em Canudos, Euclides adota um garoto chamado Ludgero, a quem se refere em sua Caderneta de Campo. Fraco e doente, o menino é levado para São Paulo, onde Euclides entrega-o a seu amigo, o educador Gabriel Prestes. O menino é rebatizado de Ludgero Prestes. Euclides deixou Canudos quatro dias antes do fim da guerra, não chegando a presenciar o desenlace. Mas conseguiu reunir material para, durante cinco anos, elaborar Os Sertões: campanha de Canudos (1902). Os Sertões foi escrito "nos raros intervalos de folga de uma carreira fatigante", visto que Euclides se encontrava em São José do Rio Pardo liderando a construção de uma ponte metálica. Neste período estabelece intensa amizade com Francisco Escobar, que posteriormente receberia os primeiros exemplares de "Os Sertões" e realizaria algumas revisões de acentuação e concordância, alterações adotadas por Euclides da Cunha e feitas em nanquim e canivete em aproximadamente mil exemplares. O livro trata da campanha de Canudos (1897), no nordeste da Bahia. Nesta obra, ele rompe por completo com suas ideias anteriores e pré-concebidas, segundo as quais o movimento de Canudos seria uma tentativa de restauração da Monarquia, comandada à distância pelos monarquistas. Percebe que se trata de uma sociedade completamente diferente da litorânea. De certa forma, ele descobre o verdadeiro interior do Brasil, que mostrou ser muito diferente da representação usual que dele se tinha. Euclides se tornou internacionalmente famoso com a publicação desta obra-prima que lhe valeu vagas para a Academia Brasileira de Letras (ABL) e para o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB). Divide-se em três partes: A terra, O homem e A luta. Nelas Euclides analisa, respectivamente, as características geológicas, botânicas, zoológicas e hidrográficas da região, a vida, os costumes e a religiosidade sertaneja e, enfim, narra os fatos ocorridos nas quatro expedições enviadas ao arraial liderado por Antônio Conselheiro. Em agosto de 1904, Euclides foi nomeado chefe da comissão mista brasileiro-peruana de reconhecimento do Alto Purus, com o objetivo de cooperar para a demarcação de limites entre o Brasil e o Peru. Esta experiência resultou em sua obra póstuma À Margem da História, onde denunciou a exploração dos seringueiros na floresta. Euclides partiu de Manaus para as nascentes do Purus, chegando adoentado em agosto de 1905. Prosseguindo os estudos de limites, escreveu o ensaio Peru versus Bolívia, publicado em 1907. Escreveu, também durante esta viagem, o texto Judas-Ahsverus, considerado um dos textos mais filosófica e poeticamente aprofundados de sua autoria. Após retornar da Amazônia, Euclides proferiu a conferência Castro Alves e seu tempo, prefaciou os livros Inferno verde de Alberto Rangel e Poemas e canções de Vicente de Carvalho. 

Lista de obras:

1884 
- CUNHA, Euclides da. Em viagem: folhetim. O Democrata, Rio de Janeiro, 4 abr. 1884. 

1887 
- A flor do cárcere. Revista da Família Acadêmica, Rio de Janeiro, 1 (1): 10, nov. 1887. 

1888 
- A Pátria e a Dinastia. A Província de São Paulo, 22 dez. 1888. 
- Críticos. Revista da Família Acadêmica, Rio de Janeiro, 1(7): 209-213, maio 1888. 
- Estâncias. Revista da Família Acadêmica, Rio de Janeiro, 1 (10): 366, out. 1888. 
- Fazendo versos. Revista da Família Acadêmica, Rio de Janeiro, 1(3): 87-88, jan. 1888. 
- Heróis de ontem. Revista da Família Acadêmica, Rio de Janeiro, 1(8): 227-8, jun. 1888. 
- Stella. Revista da Família Acadêmica, Rio de Janeiro, 1(9): 265, jul. 1888. 

1889 
- Atos e palavras. A Província de São Paulo, 10-12, 15, 16, 18, 23, 24 jan. 1889. 
- Da corte. A Província de São Paulo, maio 1889. 
- Homens de hoje. A Província de São Paulo, 22 e 28 jun. 1889. 

1890 
- Divagando. Democracia, Rio de Janeiro, 26 abr. 1890. 
- Divagando. Democracia, 24 maio 1890. 
- Divagando. Democracia, 2 jun. 1890. 
- O ex-imperador. Democracia, 3 mar. 1890. 
- Sejamos francos. Democracia, Rio de Janeiro, 18 mar. 1890. 

1892 
- Da penumbra. O Estado de S. Paulo, 15, 17 e 19 mar. 1892. 
- Dia a dia. O Estado de S. Paulo, 29 e 31 mar. 1892. 
- Dia a dia. O Estado de S. Paulo, 1-3, 5-8, 10, 13, 17, 20, 24 e 27 abr. 1892. 
- Dia a dia. O Estado de S. Paulo, 1, 8, 11, 15, 18 e 22 maio 1892. 
- Dia a dia. O Estado de S. Paulo, 5, 12, 22 e 29 jun. 1892. 
- Dia a dia. O Estado de S. Paulo, 3 e 6 jul. 1892. 
- Instituto Politécnico. O Estado de S. Paulo, 24 maio 1892. 
- Instituto Politécnico. O Estado de S. Paulo, 1o. jun. 1892. 

1894 
- A dinamite. Gazeta de Notícias, Rio de Janeiro, 20 fev. 1894. 

1897 
- A nossa Vendeia. O Estado de S. Paulo, 14 mar. 1897 e 17 jul. 1897. 
- Anchieta. O Estado de S. Paulo, 9 jun. 1897. 
- Canudos: diário de uma expedição. O Estado de S. Paulo, 18 e 22-29 ago. 1897. 
- Canudos: diário de uma expedição. O Estado de S. Paulo, 1, 3, 9, 12, 14, 21, 26 e 27 set. 1897.
- Canudos: diário de uma expedição. O Estado de S. Paulo, 11-13, 20, 21 e 25 out. 1897. 
- Distribuição dos vegetais no Estado de São Paulo. O Estado de S. Paulo, 4 mar. 1897. 
- Estudos de higiene: crítica ao livro do mesmo título do Doutor Torquato Tapajós. O Estado de S. Paulo, 4, 9 e 14 maio 1897. 
- O Argentaurum. O Estado de S. Paulo, 2 jul. 1897. 
- O batalhão de São Paulo. O Estado de S. Paulo, 26 out. 1897. 

1898 
- O "Brasil mental". O Estado de S. Paulo, 10-12 jul. 1898. 
- Excerto de um livro inédito. O Estado de S. Paulo, 19 jan. 1898. 
- Fronteira sul do Amazonas. O Estado de S. Paulo, 14 nov. 1898. 

1899 
- A guerra no sertão [fragmento]. Revista Brasileira, Rio de Janeiro, 19 (92/93): 270-281, ago./set. 1899. 

1900 
- As secas do Norte. O Estado de S. Paulo, 29, 30 out. 1900 e 1o. nov. 1900. 
- O IV Centenário do Brasil. O Rio Pardo, São José do Rio Pardo, 6 maio 1900. 

1901 
- O Brasil no século XIX. O Estado de S. Paulo, 31 jan. 1901. 

1902 
- Os Sertões: campanha de Canudos. Rio de Janeiro: Laemmert, 1902. vii + 632 p. il. 
- Ao longo de uma estrada. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 18 jan. 1902. 
- Olhemos para os sertões. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 18 e 19 mar. 1902 

1903 
- Os Sertões: campanha de Canudos. 2. ed. rev. Rio de Janeiro: Laemmert, 1903. vii + 618 p. il.
- Viajando… O Estado de S. Paulo, São Paulo, 8 set. 1903. 
- À margem de um livro. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 6 e 7 nov. 1903. 
- Os batedores da Inconfidência. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 21 abr. 1903. 
- Posse no Instituto Histórico. Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, Rio de Janeiro, 66 (2): 288-93, 1903. 

1904 
- A arcádia da Alemanha. O Estado de S. Paulo, 6 ago. 1904. 
- Civilização. O Estado de S. Paulo, 10 jul. 1904. 
- Conflito inevitável. O Estado de S. Paulo, 14 maio 1904. 
- Contra os caucheiros. O Estado de S. Paulo, 22 maio 1904. 
- Entre as ruínas. O Paiz, Rio de Janeiro, 15 ago. 1904. 
- Entre o Madeira e o Javari. O Estado de S. Paulo, 29 maio 1904. 
- Heróis e bandidos. O Paiz, Rio de Janeiro, 11, jun. 1904. 
- O marechal de ferro. O Estado de S. Paulo, 29 jun. 1904. 
- Um velho problema. O Estado de S. Paulo, 1o. maio 1904. 
- Uma comédia histórica. O Estado de S. Paulo, 25 jun. 1904. 
- Vida das estátuas. O Paiz, Rio de Janeiro, 21 jul. 1904. 

1905 
- Os Sertões: campanha de Canudos. 3. ed. rev. Rio de Janeiro: Laemmert, 1905, vii + 618 p. il. 
- Rio abandonado: o Purus. Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, Rio de Janeiro, 68 (2): 337-89, 1905. 
- Os trabalhos da Comissão Brasileira de Reconhecimento do Alto Purus [Entrevista]. Jornal do Commercio, Manaus, 29 out. 1905. 

1906 
- Relatório da Comissão Mista Brasileiro-Peruana de Reconhecimento do Alto Purus: 1904-1905. notas do comissariado brasileiro. Rio de Janeiro: Ministério das Relações Exteriores, 1906. 76 p. mapas. 
- Da Independência à República. Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, 69 (2): 7-71, 1906. 
- Os nossos "autógrafos". Renascença, Rio de Janeiro, 3 (34): 276, dez. 1906. 

1907 
- Contrastes e confrontos. Pref. José Pereira de Sampaio (Bruno). Porto: Empresa Literária e Tpográfica, 1907. 257 p. 
- Contrastes e confrontos. 2. ed. ampliada. Estudo de Araripe Júnior. Porto: Empresa Literária e Tipográfica, 1907. 384 p. il. 
- Peru 'versus' Bolívia. Rio de Janeiro: Jornal do Commercio, 1907. 201 p. il. 
- Castro Alves e seu tempo. Jornal do Commercio, Rio de Janeiro, 3 dez. 1907. 
- Entre os seringais. Kosmos, Rio de Janeiro, 3 (1), jan. 1906. 
- O valor de um símbolo. O Estado de S. Paulo, 23 dez. 1907. 

1908 
- La cuestión de limites entre Bolívia y el Peru. trad. Eliosoro Vilazón. Buenos Aires: Cia Sud-Americana de Billetes de Banco, 1908. 
- Martín Garcia. Buenos Aires: Cori Hermanos, 1908. 113 p. 
- Numa volta do passado. Kosmos, Rio de Janeiro, 5 (10), out. 1908. 
- Parecer acerca dos trabalhos do Sr. Fernando A. Gorette. Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, Rio de Janeiro, 71 (2): 540-543, 1908. 
- A última visita. Jornal do Commercio, Rio de Janeiro, 30 set. e 1o. out. 1908. 

1909 
- Amazônia. Revista Americana, Rio de Janeiro, 1 (2): 178-188, nov. 1909. 
- A verdade e o erro: prova escrita do concurso de lógica do Ginásio Nacional [17 maio 1909]. 
- Jornal do Commercio, Rio de Janeiro, 2 jun. 1909. 
- Um atlas do Brasil: último trabalho do Dr. Euclides da Cunha. Jornal do Commercio, Rio de Janeiro, 29 ago. 1909. 

Obras póstumas 
- À margem da história. Porto: Chardron, Lello, 1909. 390 p. il. 1975 
- Caderneta de campo. Introd., notas e coment. por Olímpio de Souza Andrade. São Paulo, Cultrix; Brasília, INL, 1975. xxxii, 197 p. il. 
- Canudos: diário de uma expedição. Introd. de Gilberto Freyre. Rio de Janeiro: José Olympio, 1939. xxv, 186 p. il. Ondas. 
- Coleção de poesias escritas por Euclides da Cunha em 1883, publicadas em 1966, na "Obra Completa de Euclides da Cunha", pela Editora Aguilar, e em volume autônomo em 2005, pela Editora Martin Claret, com prefácio de Márcio José Lauria.

sexta-feira, 5 de julho de 2019

Khalil Gibran


Gibran Khalil Gibran, também conhecido como Khalil Gibran, nascido em Bsharri - Líbano aos 6 de janeiro de 1883 e falecido em Nova Iorque - EUA aos 10 de abril de 1931, foi um ensaísta, filósofo liberal, prosador, poeta, conferencista e pintor de origem libanesa. Seus livros e escritos, de simples beleza e espiritualidade, são reconhecidos e admirados para além do mundo árabe. Seu nome completo, transliterado para línguas ocidentais (de base alfabética predominantemente neo-latina), é Gibran Khalil Gibran, assim assinando em árabe. No colégio dos Estados Unidos, onde viveu e trabalhou a maior parte de sua vida, um erro de registro reduziu o seu nome para Khalil Gibran. Em sua relativamente curta, porém prolífica existência (viveu apenas 48 anos), Khalil Gibran produziu obra literária acentuada e artisticamente marcada pelo misticismo oriental. Sua obra, acentuadamente romântica e influenciada por fontes de aparente contraste como a Bíblia, Nietzsche e William Blake, trata de temas como o amor, a amizade, a morte e a natureza, entre outros. Escrita em inglês e árabe, expressa as inclinações religiosas e místicas do autor. Sua obra mais conhecida é o livro O Profeta, originalmente publicado em inglês e traduzido para cerca de vinte idiomas. Outro livro de destaque é o Asas Partidas, em que o autor fala de sua primeira história de amor. Gibran Khalil Gibran faleceu em 10 de abril de 1931 (Nova Iorque, Estados Unidos), causa mortis dita ser cirrose e tuberculose.

Gibran Kahlil Gibran era filho de Khalil ben Gibran, fazendeiro, e de Kamilah Rahmeh, filha do pároco do povoado de Bsherri, onde nasceu. Os pais de Gibran eram maronitas – cristãos de uma seita oriental que, embora devendo obediência ao Papa, difere da Igreja Romana, pela liturgia síria e pelo não celibato do clero. Aos sete anos de idade, Gibran gostava de isolar-se na gruta do Mosteiro de Mar Sarkis, mais tarde transformado em seu museu, para dedicar-se aos desenhos a fusain, ou à lápis. Seu pai, homem enérgico e de pouca instrução, o surrava por isso. Em 1894, quando Gibran completava 11 anos, sua mãe, decidida a tentar uma vida melhor para os filhos, mudou-se para Nova York. Na ocasião, o pai de Gibran cumpria prisão por acusação de fraude no recolhimento de impostos. Três anos depois, foi condenado e teve os bens da família confiscados. De Nova York, com a mãe e seus três irmãos, Gibran foi para Boston e fixou residência em uma comunidade libanesa, próximo a um bairro chinês. Pouco tempo depois, aos 15 anos de idade, voltou para o Líbano e ingressou na escola Al-Hikmat, em Beirute, instituição dirigida pelo clero maronita. Na ocasião, Gibran dedicou-se aos idiomas árabe e francês. Gibran decide ficar com o pai em Bsherri, durante o verão de 1899. No outono, ao retornar para Boston, onde sua mãe e suas duas irmãs trabalhavam como costureiras, e seu irmão como empregado em uma loja, Gibran não retomou a escola, nem procurou emprego, decidiu concentrar-se na pintura e na literatura. Em abril de 1902, uma das irmãs de Gibran, Sultana, morreu vítima de tuberculose. Do mesmo modo, perdeu o irmão, Pedro, em março de 1903. Três meses depois, a mãe de Gibran morreu de câncer. Gibran e sua irmã, Mariana, continuam morando em Bostonː ela, sustentando a ambos com a costura; ele, permaneceu escrevendo, desenhando e pintando. Um ano depois, aos 21 anos, Gibran possuía quadros suficientes para realizar uma exposição e, para tanto, contou com a ajuda de um fotógrafo conhecido em Boston, Fred Holland Day, amigo de Mary Haskell. 

Obras escritas em árabe:
- Música (al-Musiqah) - 1905
- Ninfas do Vale (Ara'is al-Muruj) - 1906
- Asas Quebradas (al.Ajnib al-Mutakassirah) - 1908
- Espíritos Rebeldes (al-Arwah al-Mutamarridah) - 1908
- Para Além da Imaginação (1910)
- Lágrimas e Risos (Dam a wa Ibtisamah) - 1914
- A Procissão (al Mawakib) - 1919
- A Tempestade (al-'Awasif) - 1920
- Em Direcção a Deus (Nawa Allah) - 1920
- Irão, Cidade de Imponentes Pilares (Iram Dhat al-Imad) - 1921
- Entre a Noite e a Manhã (al-Badayi' waal-Tara'if) - 1923

Obras originalmente escritas em inglês:
- O Louco (The Madman) - 1918
- Vinte Desenhos (Twenty Drawings) - 1919
- O Mensageiro (The Forerunner) - 1920
- O Profeta (The Prophet) - 1923
- Areia e Espuma (Sand and Foam) - 1926
- O Reino da Imaginação (Kingdom of the Imagination) - 1927
- Jesus, o Filho do Homem (Jesus, the Son of Man) - 1928
- Os Deuses da Terra (The Earth Gods) - 1931

Algumas obras póstumas:
- O Vagabundo (The Wanderer) - 1932
- O Jardim do Profeta (The Garden of the Prophet) - 1933
- O Discípulo de Lázaro (Lazarus and his Beloved) - 1933
- A Morte do Profeta (The Death of the Prophet) - 1933
- A Voz do Mestre (The Voice of the Master) - 1963
- Segredo do Coração (Secrets of the Heart) - 1947

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Khalil_Gibran