segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Adoniran Barbosa



João Rubinato, nascido aos 06 de agosto de 1910 em Valinhos-SP, e falecido em São Paulo-SP, aos 23 de novembro de 1982. Foi um compositor, cantor, humorista e ator brasileiro. Rubinato representava em programas de rádio diversos personagens, entre os quais, Adoniran Barbosa, o qual acabou por se confundir com seu criador dada a sua popularidade frente aos demais. No último dia 06 comemorou-se seu aniversário com várias homenagens por todo o Brasil, em todas as emissoras de TV.

Adoniran era filho de Ferdinando e Emma Rubinato, imigrantes italianos da localidade de Cavárzere, província de Veneza. Aos dez anos de idade, sua certidão de nascimento foi adulterada para que o ano de nascimento constasse como 1910 possibilitando que ele trabalhasse de forma legalizada: à época a idade mínima para poder trabalhar era de doze anos.

Abandonou a escola cedo, pois não gostava de estudar. Necessitava trabalhar, para ajudar a família numerosa, pois Adoniran tinha sete irmãos. Procurando resolver seus problemas financeiros, os Rubinato viviam mudando de cidade. Moram primeiro em Valinhos, depois Jundiaí, Santo André e finalmente São Paulo.

Em Jundiaí, conheceu seu primeiro ofício: entregador de marmitas. Adoniran teve um longo aprendizado, num arco que foi de marmiteiro às frustrações causadas pela rejeição de seu talento. Queria ser artista – escolheu a carreira de ator. Procurou de várias maneiras fazer seu sonho acontecer. Tentou, antes do advento do rádio, o palco, mas foi sempre rejeitado. Sem padrinhos e sem instrução adequada, o ingresso, nos teatros, como ator, foi para sempre abortado. O samba, no início da carreira, teve para ele caráter acidental. Escolado pela vida, sabia que o estrelato e o bom sucesso econômico só seriam alcançados na veiculação de seu nome na caixa de ressonância popular que era o rádio.

O magistral período das rádios, também no Brasil, criou diversas modas, mexeu com os costumes, inventou a participação popular – no mais das vezes, dirigida e didática. Tinham elas um poder e extensão pouco comuns para um país rural como o nosso. Inventavam a cidade, popularizavam o emprego industrial e acendiam os desejos de migração interna e de fama. Enfim, no país dos bacharéis, médicos e párocos de aldeia, a ascensão social buscava outros caminhos e podi-se já sonhar com a meteórica carreira de sucesso que as rádios produziam. Três caminhos podiam ser trilhados: o de ator, o de cantor ou o de locutor.

Adoniran, aprendiz das ruas, percebeu as possibilidades que se abriam a seu talento. Queria ser ator, popularizar seu nome e ganhar algum dinheiro, mas a rejeição anterior o levou a outros caminhos. Sua inclinação natural no mundo da música foi a composição mas, nesse momento, o compositor era um mero instrumento de trabalho para os cantores, que compravam a parceria e, com ela, faziam nome e dinheiro. Daí sua escolha ter recaido não sobre a composição, mas sobre a interpretação.

Entregou-se ao mundo da música. Buscou conquistar seu espaço como cantor – tinha boa voz e poderia tentar os diversos programas de calouro. Já com o nome de Adoniran Barbosa – tomado emprestado a um companheiro de boêmia e de Luiz Barbosa, cantor de sambas, que admirava – João Rubinato estreia cantando um samba brejeiro de Ismael Silva e Nilton Bastos, o "Se você jurar". Foi gongado, mas insistiu e e voltou novamente ao mesmo programa; aí cantando o belo samba de Noel Rosa, "Filosofia", que lhe abriu as portas das rádios e ao mesmo tempo serviu como mote para suas composições futuras.

O mergulho que o sambista faria na linguagem, suas construções linguísticas, pontuadas pela escolha exata do ritmo da fala paulistana, iria na contramão da própria história do samba. Os sambistas sempre procuraram dignificar sua arte com um tom sublime, o emprego da segunda pessoa, o tom elevado das letras, que sublimavam a origem miserável da maioria, e funcionavam como a busca da inserção social. Tudo era uma necessidade urgente, pois as oportunidades de ascensão social eram nenhumas e o conceito da malandragem vigia de modo coercitivo. Assim, movidos pelos mesmos desejos que tinha Adoniran de se tornar intérprete e não compositor, e a partir daí conhecido, os compositores de samba, entre uma parceria vendida aqui e outra ali, deram o testemunho da importância que a linguagem assumiu como veículo social.

Mas a escolha de Adoniran foi outra, seu mergulho também outro. Aproveitando-se da linguagem popular paulistana – de resto do próprio país – as músicas dele eram o retrato exato desta linguagem e, como a linguagem determinavam o próprio discurso, os tipos humanos que surgiram deste discurso representaram um dos painéis mais importantes da cidadania brasileira. Os despejados das favelas, os engraxates, a mulher submissa que se revolta e abandona a casa, o homem solitário, social e existencialmente solitário, estão intactos nas criações de Adoniran, no humor com que descreve as cenas do cotidiano. A tragédia da exclusão social dos sambistas se revelou como a tragicômica cena de um país que subtraia de seus cidadãos a dignidade.

O seu primeiro sucesso como compositor virou canção obrigatória das rodas de samba, das casas de show: Trem das Onze. É bem possível que todo brasileiro conheça, senão a música inteira, ao menos o estribilho, que se torna intemporal. Adoniran alcançou, então, o almejado sucesso que, entretanto, durou pouco e não lhe rendeu mais que uns minguados trocados de direitos autorais. A música, que já havia sido gravada pelo autor em 1951 e não fizera sucesso ainda, foi regravada novamente pelos “Demônios da Garoa”, conjunto musical de São Paulo (conhecida como a terra da garoa, da neblina, daí o nome do grupo). Embora o conjunto fosse paulista, a música aconteceu primeiramente no Rio de Janeiro. E aí sim, o sucesso foi retumbante.

Como acontecera com os programas escritos por Osvaldo Moles, que deram a Adoniran a medida exata da estética a ser seguida, o samba inspirou Osvaldo a criar um quadro para a rádio, que se chamava História das Malocas, com um personagem, que faz sucesso, o Charutinho. De novo ator, Adoniran, tendo provado o sucesso como compositor, não mais se afastou da composição.

Entre a tentativa de carreira nas rádios paulistas e o primeiro sucesso, Adoniran trabalhou duro, casou-se duas vezes e frequentou, como boêmio, a noite. Nas idas e vindas de sua carreira teve de vencer várias dificuldades. O trabalho nas rádios brasileiras foi pouco reconhecido e financeiramente instável, muitos passaram anos nos seus corredores e tiveram um fim de vida melancólico e miserável. O veículo que encantou multidões, que fez de várias pessoas ídolos foi também cruel como a vida; passado o sucesso que, para muitos, seria apenas nominal, o ostracismo e a ausência de amparo legal levou vários cantores, compositores e atores a uma situação de impensável penúria.

Adoniran sabia disto, mas mesmo assim seu desejo calava mais fundo. O primeiro casamento não durou um ano; o segundo, a vida toda: Matilde. De grande importância na vida do sambista, Matilde sabia com quem convivia e não só prestigiou sua carreira como o incentivou a ser quem foi e como era, boêmio, incerto e em constante dificuldade. Trabalhou também fora e ajudou o sambista nos momentos difíceis, que foram constantes. Adoniran viveu para o rádio, para a boêmia e para Matilde.

Numa de suas noitadas, de fogo, perdeu a chave de casa e não houve outro jeito senão acordar Matilde, que se aborreceu. O dia seguinte foi repleto de discussão, mas Adoniran era compositor e dando por encerrado o episódio, compõe o samba Joga a chave.

Dono de um repertório variado de histórias, o sambista não perdia a vez de uma boa blague. Certa vez, quando trabalhava na rádio Record, onde ficou por mais de trinta anos, resolveu, após muito tempo ali, pedir um aumento. O responsável pela gravadora disse-lhe que iria estudar o aumento e que Adoniran voltasse em uma semana para saber dos resultados do estudo... quando voltou, obteve a resposta de que seu caso estava sendo estudado. As interpelações e respostas, sempre as mesmas, duraram algumas semanas... Adoniran começava se irritar e, na última entrevista, saiu-se com esta: “Tá certo, o senhor continue estudando e quando chegar a época da sua formatura me avise..”

Nos últimos anos de vida, com o enfisema avançando, e a impossibilidade de sair de casa pela noite, o sambista dedicou-se a recriar alguns dos espaços mágicos que percorreu na vida. Gravou algumas músicas ainda, mas com dificuldade – a respiração e o cansaço não lhe permitiam muita coisa mais – dá depoimentos importantes, reavaliando sua trajetória artística e passou a compor pouco.

Inventou para si uma pequena arte, com pedaços velhos de lata, de madeira, movidos a eletricidade. São rodas-gigante, trens de ferro, carrosséis. Vários e pequenos objetos da ourivesaria popular – enfeites, cigarreiras, bibelôs... Fiel até o fim à sua escolha, às observações que colhe do cotidiano, criaram um mundo mágico.

Adoniran Barbosa morreu em 1982, aos 72 anos de idade.

Principais composições
Malvina, 1951
Saudosa maloca, 1951
Joga a chave, 1952
Samba do Arnesto, 1953
As mariposas, 1955
Iracema, Adoniran Barbosa, 1956
Apaga o fogo Mané, 1956
Bom-dia tristeza, 1958
Abrigo de vagabundo, 1959
No morro da Casa Verde, 1959
Prova de carinho, 1960
Tiro ao Álvaro, 1960
Luz da light, 1964
Trem das onze, 1964
Trem das Onze com Demônios da Garoa, 1964
Aguenta a mão, 1965
Samba italiano, 1965
Tocar na banda, 1965
Pafunça, 1965
O casamento do Moacir, 1967
Mulher, patrão e cachaça, 1968
Vila Esperança, 1968
Despejo na favela, 1969
Fica mais um pouco, amor, 1975
Acende o candeeiro, 1972

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Gilberto Gil



Gilberto Passos Gil Moreira, músico e compositor brasileiro, nascido aos 26 de junho de 1942 na cidade de Salvador - BA, bairro Tororó. Filho do médico José Gil Moreira e de Claudina que em busca de uma vida melhor, mudam-se do bairro pobre da capital baiana para o interior do Estado, em Ituaçu, à época um lugarejo com cerca de oitocentos habitantes. Ali Gil passou os primeiros oito anos de vida. Deste período o artista registra a influência das músicas ouvidas, sobretudo no rádio:

…os meus primeiros momentos de ouvir música, tudo se passou numa época em que Luiz Gonzaga, principalmente lá no Nordeste, onde eu vivia, lá na caatinga, era praticamente o canto mesmo da região…

Com oito anos volta para Salvador, onde estuda no Colégio Maristas, e frequenta uma academia de acordeon. Quando estava no secundário, recebeu da mãe um violão e conhece o trabalho de João Gilberto, que lhe influencia de imediato.

Nos tempos de faculdade de Administração, Gil conhece Caetano Veloso, sua irmã Bethânia, Gal Costa e Tom Zé. Realizam a primeira apresentação na inauguração do Teatro Vila Velha em junho de 1964 - com o show "Nós, Por Exemplo".

Formou-se em 1965 e muda-se com a esposa Belina para São Paulo.

Formado em administração de empresas, seu primeiro emprego em São Paulo foi na Gessy Lever. Nos anos 1970, Gil acrescentou elementos novos da música africana, norte-americana e jamaicana (reggae), ao já vasto repertório, e continuou lançando álbuns como Realce e Refazenda. João Gilberto gravou a canção "Eu Vim da Bahia", de Gil, no clássico LP João Gilberto.

Em fins de 1968, Gil e Caetano Veloso, cuja importância no Brasil era, e é, de certa forma comparável à de John Lennon e Paul McCartney no mundo anglófono, foram presos pelo regime militar brasileiro instaurado após 1964 devido a supostas atividades subversivas, de que foram taxados. Ambos exilaram-se por ocasião do AI-5 (Ato Institucional 5) do governo militar em vigência no Brasil a partir de 1969 em Londres.

Nos anos 1970 iniciou uma turnê pelos Estados Unidos e gravou um álbum em inglês. De volta ao Brasil, em 1975 Gil grava Refazenda, um dos mais importantes trabalhos que, ao lado de Refavela, gravado após uma viagem ao continente africano, e Realce, formariam uma trilogia RE. Refavela traria a canção "Sandra", onde, de forma metafórica, Gil falaria sobre a experiência de ter sido preso por porte de drogas durante um excursão ao sul do país e ter sido condenado à permanência em manicômio judiciário, ou conforme denominação eufemística, casa de custódia e tratamento, entretanto designada por Gil como hospício.

Fechamento da trilogia, Realce causaria certa polêmica quando alguns considerariam a canção título, inspirada na disco music, como uma ode ao uso de cocaína, isto talvez explicitado pelos versos: realce, quanto mais purpurina melhor.

Ao lado dos colegas Caetano Veloso e Gal Costa, lançou o disco Doces Bárbaros, do grupo batizado com o mesmo nome e idealizado por Maria Bethânia, que era um dos vocais da banda. O disco é considerado uma obra-prima; apesar disto, na época do lançamento (1976) foi duramente criticado. Doces Bárbaros foi tema de filme, DVD e enredo da escola de samba GRES Estação Primeira de Mangueira em 1994, com o enredo Atrás da verde-e-rosa só não vai quem já morreu, puxadores de trio elétrico no carnaval de Salvador, apresentaram-se na praia de Copacabana e para a Rainha da Inglaterra. O quarteto Doces Bárbaros era uma típica banda hippie dos anos 1970.

Inicialmente o disco seria gravado em estúdio, mas por sugestão de Gal e Bethânia, foi o espetáculo que ficou registrado em disco, sendo quatro daquelas canções gravadas pouco tempo antes no compacto duplo de estúdio, com as canções "Esotérico", "Chuckberry Fields Forever", "São João Xangô Menino" e "O seu amor", todas gravações raras.

Trabalhou com Jimmy Cliff com quem fez, em 1980, uma excursão, pouco depois de ter feito uma versão em português de "No Woman, No Cry" (em português, "Não chores mais") sucesso de Bob Marley & The Wailers que foi um grande sucesso, trazendo a influência musical do reggae para o Brasil.

Originalmente idealizado para a montagem do ballet teatro do Balé Teatro Guaíra (Curitiba, 1982), o espetáculo O Grande Circo Místico foi lançado em 1983. Gil integrou o grupo seleto de intérpretes que viajou o país durante dois anos com o projeto, um dos maiores e mais completos espetáculos teatrais já apresentados, para uma plateia de mais de duzentas mil pessoas. Gil interpretou a canção "Sobre todas as coisas" composta pela dupla Chico Buarque e Edu Lobo. O espetáculo conta a história de amor entre um aristocrata e uma acrobata e da saga da grande família austríaca proprietária do Grande Circo Knie, que vagava pelo mundo nas primeiras décadas do século.

Valendo-se ainda do filão engajado da pós-ditadura, cantou no coro da versão brasileira de "We Are the World", o hit americano que juntou vozes e levantou fundos para a África ou USA for Africa. O projeto Nordeste Já (1985), abraçou a causa da seca nordestina, unindo 155 vozes num compacto, de criação coletiva, com as canções "Chega de Mágoa" e "Seca d'Água"; é de Gil a autoria da composição de "Chega de Mágoa". Elogiado pela competência das interpretações individuais, foi no entanto criticado pela incapacidade de harmonizar as vozes e o enquadramento de cada uma delas no coro.

Dentre as inúmeras composições consagradas pelo próprio Gil e na voz de outros intérpretes, estão: "Procissão", "Estrela", "Vamos Fugir", "Aquele Abraço", "A Paz", "Sítio do Pica-Pau Amarelo", "Esperando na Janela", "Domingo no Parque", "Drão", "No Woman, No Cry", "Só Chamei Porque Te Amo", "Não Chores Mais [Woman No Cry]", "Andar com Fé", "Se Eu Quiser Falar com Deus", "Divino Maravilhoso", "A Linha e o Linho", "Com Medo com Pedro", "Objeto Sim Objeto Não", "Three Little Birds", "Ela", "Pela Internet", "A Novidade", "Morena", "A Raça Humana", "Palco", "Realce", e outras.

Compôs para dezenas de artistas, como Elis Regina,Cazuza, Simone, Maria Bethânia, Gal Costa, Zizi Possi, Daniela Mercury, Carla Visi e Ivete Sangalo.

Discografia:

1963 - Salvador - 1962/1963
1967 - Louvação
1968 - Gilberto Gil
1968 - Tropicália - (com Os Mutantes, Caetano Veloso, Nara Leão e Gal Costa, etc)
1969 - Gilberto Gil
1970 - Copacabana Mon Amour
1971 - Gilberto Gil (Nega)
1972 - Barra 69 - Caetano e Gil Ao Vivo na Bahia
1972 - Expresso 2222
1974 - Gilberto Gil ao Vivo
1975 - Refazenda
1975 - Gil & Jorge - Ogum - Xangô
1977 - Refavela
1978 - Gilberto Gil ao Vivo em Montreux
1978 - Refestança
1979 - Nightingale
1979 - Realce
1981 - Brasil
1981 - Luar (A Gente Precisa Ver o Luar)
1981 - Um Banda Um
1983 - Extra [WEA Latina]
1984 - Quilombo (Trilha Sonora)
1984 - Raça Humana
1985 - Dia Dorim Noite Neon
1987 - Gilberto Gil em Concerto
1987 - Trem Para as Estrelas (Trilha Sonora)
1988 - Ao Vivo em Tóquio (Live in Tokyo)
1989 - O Eterno Deus Mu Dança
1991 - Parabolicamará
1994 - Acústico MTV (disco de platina)
1995 - Esoterico: Live in USA 1994
1995 - Oriente: Live in Tokyo
1996 - Em Concerto
1996 - Luar
1997 - Indigo Blue
1997 - Quanta (disco de ouro)
1998 - Ao Vivo em Tóquio (Live in Tokyo) [Braziloid]
1998 - O Sol de Oslo
1998 - O Viramundo (Ao Vivo)
1998 - Quanta Gente Veio Ver
1998 - Ensaio Geral (caixa com gravações de 1967 a 1977)
2000 - Me, You, Them [Brazil]
2001 - Milton e Gil (disco de ouro)
2001 - São João Vivo (disco de ouro)
2002 - Kaya N'Gan Daya (disco de ouro)
2002 - Quanta Live [Brazil]
2002 - Z: 300 Anos de Zumbi
2004 - Eletrácustico (disco de ouro)
2005 - Ao Vivo
2005 - As Canções de Eu, Tu, Eles (disco de platina)
2005 - Soul of Brazil
2006 - Gil Luminoso
2006 - Rhythms of Bahia
2008 - Banda Larga Cordel
2009 - BandaDois - Ao Vivo
2010 - Fé na festa

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Caetano Veloso



Caetano Emanuel Viana Teles Veloso, músico e escritor brasileiro, nascido aos 7 de agosto de 1942 em Santo Amaro da Purificação - BA. É o quinto dos oito filhos de José Teles Velloso (Seu Zezinho), funcionário público dos Correios falecido em 13 de dezembro de 1983 aos 82 anos, e Claudionor Viana Teles Velloso (Dona Canô), nascida em 16 de setembro de 1907. Casaram-se em 7 de janeiro de 1931.
O nome da irmã, nascida em 18 de junho de 1946, foi por ele escolhido inspirado em uma canção famosa da época na voz do cantor Nélson Gonçalves, Maria Bethânia, do compositor Capiba. Na infância, foi fortemente influenciado por arte, música, desenho e pintura; as maiores influências musicais desta época foram alguns cantores que eram sucesso na época, como "o rei do baião" Luiz Gonzaga, e canções de maior apelo regional, como sambas de roda e pontos de candomblé. Em 1956 frequentou o auditório da Rádio Nacional, no Rio de Janeiro, que contava com apresentações dos maiores ídolos musicais brasileiros. Em 1960 mudou-se para Salvador, onde aprendeu a tocar violão. Apresentou-se em bares e casas noturnas de espetáculos. Nesta época, o interesse por música se intensificou. Cedo na carreira retirou um "l" de seu nome, optando por Caetano Veloso.


Iniciou a carreira interpretando canções de bossa nova, sob influência de João Gilberto, um dos ícones e fundadores deste movimento musical. Colaborou com os primórdios da MPB (Música Popular Brasileira), deslocando a melodia pop na direção de um ativismo político e de conscientização social. O nome ficou então associado ao movimento hippie do final dos anos 1960 e às canções do movimento da Tropicália. Trabalhou como crítico cinematográfico no jornal Diário de Notícias, dirigido pelo diretor e conterrâneo Glauber Rocha. A obra adquiriu um contorno pesadamente engajado e intelectualista e o artista firmava-se sendo respeitado e ouvido pela mídia e pela crítica especializada.
Participou na juventude de espetáculos semi-amadores ao lado de Tom Zé, da irmã Maria Bethânia e do parceiro Gilberto Gil, integrando o elenco de Nós por exemplo, Mora na filosofia e Nova bossa velha, velha bossa nova em 1964. O primeiro trabalho musical foi uma trilha sonora para a peça teatral Boca de Ouro, do escritor Nelson Rodrigues, do qual Bethânia participou em 1963, e também escreveu a trilha da peça A exceção e a regra, do dramaturgo alemão Bertold Brecht, dirigido por Álvaro Guimarães, na mesma época em que ingressou na Faculdade de Filosofia da Universidade Federal da Bahia.


Desde o início da carreira, Caetano sempre demonstrou uma posição política ativa e esquerdista, ganhando por isso a inimizade do regime militar instituído no Brasil em 1964 e cujos governos perduraram até 1985. Por esse motivo, as canções foram frequentemente censuradas neste período, e algumas até banidas. Em 27 de dezembro de 1968, Caetano e Gilberto Gil foram presos, acusados de terem desrespeitado o hino nacional e a bandeira brasileira. Foram levados para o quartel do Exército de Marechal Deodoro, no Rio, e tiveram suas cabeças raspadas.
Ambos foram soltos em 19 de fevereiro de 1969, quarta-feira de cinzas, e seguiram para Salvador, onde tiveram de se manter em regime de confinamento, sem aparecer nem dar declarações em público. Em julho de 1969, após dois shows de despedida no Teatro Castro Alves, nos dias 20 e 21, Caetano e Gil partiram com suas mulheres, respectivamente as irmãs Dedé e Sandra Gadelha, para o exílio na Inglaterra. O espetáculo, precariamente gravado, se transformou no disco Barra 69, de três anos mais tarde. Em janeiro de 1972 voltaram definitivamente para o Brasil, após terem visitado o país em agosto de 1971. Biografia completa em http://pt.wikipedia.org/wiki/Caetano_Veloso.


Discografia:

Cavaleiro/Samba em Paz (1965) Compacto Simples RCA Victor
Domingo (1967) - com Gal Costa - LP/CD Philips
Caetano Veloso (1968) - LP/CD Philips
Tropicália (1969) - LP/CD Philips
Caetano Veloso (1969) - LP/CD Philips
Caetano Veloso (1971) - LP/CD Philips
Transa (1972) - LP/CD Philips
Barra 69 - Caetano e Gil ao Vivo (1972) - com Gilberto Gil - LP/CD Pirata/Phonogram
Caetano e Chico Juntos e Ao Vivo (1972) - com Chico Buarque - LP/CD Philips/Phonogram
Araçá Azul (1972) - LP/CD Philips/Phonogram
Temporada de Verão - ao Vivo na Bahia (1974) - com Gilberto Gil e Gal Costa - LP/CD Philips/Phonogram
Jóia (1975) - LP/CD Philips/Phonogram
Qualquer Coisa (1975) - LP/CD Philips/Phonogram
Doces Bárbaros (1976) - ao vivo - com Gil, Bethânia e Gal - LP/CD Philips/Phonogram
Bicho (1977) - LP/CD Philips/Phonogram
Muitos Carnavais (1977) - LP/CD Philips/Phonogram
Muito - Dentro da Estrela Azulada (1978) - LP/CD Philips/Polygram
Maria Bethânia e Caetano Veloso ao Vivo (1978) - com Maria Bethânia - LP/CD Philips/Polygram
Cinema Transcendental (1979) - LP/CD Philips/Polygram
Outras Palavras (1981) - LP/CD Philips/Polygram
Cores, Nomes (1982) - LP/CD Philips/Polygram
Uns (1983) - LP/CD Philips/Polygram
Velô (1984) - LP/CD Philips/Polygram
Totalmente Demais (1986) - ao vivo - LP/CD Philips/Polygram
Caetano Veloso (1986) - lançado no BRASIL em 1990 - LP/CD WEA(EUA)/Polygram(Brasil)
Caetano Veloso (1987) - LP/CD Philips/Polygram
Estrangeiro (1989) - LP/CD Philips/Polygram
Circuladô (1991) - LP/CD Philips/Polygram
Circuladô ao Vivo (1992) - LP/CD Philips/Polygram
Tropicália 2 (1993) - com Gilberto Gil - LP/CD Philips/Polygram
Fina Estampa (1994) - CD Philips/Polygram
Fina Estampa ao Vivo (1995) - CD Polygram
Livro (1997) - CD Polygram (disco de ouro)
Prenda Minha - ao vivo (1998) - CD Polygram (disco de diamante)
Omaggio a Federico e Giulieta ao Vivo (1999) - CD Universal Music
Noites do Norte (2000) - CD Universal Music (disco de ouro)
A Bossa de Caetano (2000) - CD Universal Music
Noites do Norte ao Vivo (2001) - CD/DVD Universal Music
Eu Não Peço Desculpa (2002) - CD Universal Music
A Foreign Sound (2004) - CD Universal Music (disco de ouro)
(2006) - CD Universal Music
Cê ao vivo (2007) - CD/DVD Universal Music
Roberto Carlos e Caetano Veloso e a Música de Tom Jobim (2008) - CD/DVD Amigo Records/Sony Music
Zii e Zie (2009) - CD Universal Music
Acústico MTV Caetano Veloso (previsto para Outubro) (2010) - CD/DVD/Blu-ray Universal Music


Coletâneas
Sem Lenço Sem Documento - O Melhor de Caetano Veloso (1989) - LP/CD Philips/Polygram
Minha História - Caetano Veloso (1993) - CD Philips/Polygram
Millennium - Caetano Veloso (1999) - CD Universal Music
Perfil - Caetano Veloso (2006) - CD Somlivre (disco de platina)


quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Ivan Lins



Ivan Monteiro de Barros Lins, nascido aos 16 de junho de 1945 na cidade do Rio de Janeiro - RJ, é um músico e compositor brasileiro.
Filho do militar Geraldo Lins, foi muito influenciado por diversos gêneros musicais como jazz, bossa nova e soul e tem como principal instrumento o piano, que toca desde os dezoito anos. Formou-se em engenharia química no final dos anos 60, quando iniciou a carreira musical em festivais. A canção O Amor É O Meu País, erroneamente taxada de ufanista, foi classificada em segundo lugar consecutivo no V Festival Internacional da Canção. O primeiro sucesso como compositor foi com Madalena, gravada por Elis Regina. No entanto, Simone é, de forma unânime, considerada a maior intérprete.

Contratado pela gravadora Forma/Philips (que posteriormente transformou-se em Polygram até chegar ao nome atual Universal Music) pelo então produtor, o compositor Paulinho Tapajós, grava três discos pelo selo: Agora, Deixa o trem seguir e Quem sou eu?. Nesse período, compôs músicas com Ronaldo Monteiro de Souza, mas depois teve em Vítor Martins o mais frequente parceiro. A primeira composição entre ambos se deu quando do lançamento do quarto LP, Modo livre, pela RCA (depois BMG, em seguida Sony BMG e hoje Sony Music), gravadora esta que lançaria também o álbum subsequente, Chama acesa. Nessa mesma década lançou alguns discos que o projetaram nacionalmente.

Teve inúmeros sucessos como cantor como Abre Alas, Somos todos iguais nesta noite e Começar de novo - todas em parceria com Vítor Martins. Começar de novo foi gravada por Simone no mesmo ano em que foi composta. Na voz de Simone, Começar de novo foi tocada como tema oficial de abertura do seriado Malu Mulher, tonando-se um grande sucesso da época e um marco na história da MPB.

Lançou inúmeros discos, muitos deles de inúmero sucesso, tendo trocado de gravadoras por diversas vezes. No decorrer dos anos 70, a obra ganha grande temática política. A partir da segunda metade dos anos 80, começa a enfatizar a carreira internacional, principalmente nos EUA, onde foi regravado por inúmeros astros da música internacional, como Quincy Jones, George Benson, Ella Fitzgerald, Sarah Vaughan, Carmen MacRae e Barbra Streisand.

Foi destacado compositor, tendo músicas gravadas por nomes consagrados como Elis Regina (Cartomante, Madalena, Aos Nossos Filhos), Simone (Começar de Novo), Quarteto Em Cy (Abre Alas), Gal Costa (Roda Baiana) e Emílio Santiago (Velas Içadas). Comandou um programa televisivo na Rede Globo ao lado de Gonzaguinha e Aldir Blanc, o Som Livre Exportação. Foi casado com a cantora e atriz Lucinha Lins, com quem teve um filho, o cantor e ator Cláudio Lins. Torce pelo Fluminense Football Club.

Valendo-se ainda do filão engajado da pós-ditadura, cantou, ainda que com uma participação individual diminuta, no coro da versão brasileira de We are the world, o hit americano que levantou fundos para a África ou USA for Africa. O projeto Nordeste já (1985), abraçou a causa da seca nordestina, unindo 155 vozes num compacto, de criação coletiva, com as canções Chega de mágoa e Seca d´água. Elogiado pela competência das interpretações individuais, foi no entanto criticado pela incapacidade de harmonizar as vozes o enquadramento de cada uma delas no coro.

Em 1991, com o amigo e parceiro Vítor Martins, fundou a gravadora Velas. Essa gravadora, totalmente nacional e independente, foi mais uma tentativa de que se desse espaço para cantores brasileiros já conhecidos esquecidos em gravadoras multinacionais e para o surgimento de novos valores no cancioneiro popular. Nomes como Chico César, Lenine, Guinga tiveram grande respaldo dessa gravadora para poderem iniciar as carreiras artísticas. Essa gravadora também lançou discos de nomes já consagrados na música, como Zizi Possi (o elogiadíssimo Valsa Brasileira), Fátima Guedes (Coração de Louca, um dos pioneiros do selo, além de Grande Tempo, Pra bom entendedor... e Muito intensa), trabalhos póstumos de Elis Regina (Elis Regina no Fino da Bossa, Elis Vive, Elis Regina ao vivo), e outros. Em 1995, grava a música Lembra de Mim, tema da novela História de Amor, de Manoel Carlos, que faz um enorme sucesso.

Ivan Lins é autor da trilha sonora dos filmes Dois Córregos e Bens Confiscados de Carlos Reichenbach e ganhou Prêmio de Melhor Trilha Sonora no terceiro Festival Luso-Brasileiro Santa Maria da Feira. Ele também é um dos compositores brasileiros mais gravados no exterior e já foi indicado ao prêmio Grammy. Lançou também um tributo ao Poeta da Vila, Noel Rosa (Viva Noel, 1997), que contou com muitas participações especiais e também lançou Um novo tempo (1999), somente com canções natalinas.

Cinco anos depois, veio o CD Cantando Histórias, que traz regravações dos antigos sucessos e contou com as participações especiais de Jorge Vercilo, Simone e Zizi Possi. Dois anos depois, veio Acariocando (2006), somente com canções inéditas. No fim no ano de 2007, Ivan Lins lançou o CD e DVD Saudades de Casa, com diversas colaborações, gravado em estúdio no Rio de Janeiro. (Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ivan_Lins)

Discografia:

2009- Ivan Lins e The Metropole Orchestra
2008- Saudades de Casa (CD e DVD) - Warner Music Brasil
2006- Acariocando - EMI
2004- Cantando Histórias (CD e DVD) - ao vivo - EMI
2003- Ensaio [TV Cultura]
2002- Rio Underground - Ivan Lins E Romero Lubambo
2002- Love Songs- A Quem Me Faz Feliz - Abril Music
2001- Jobiniando - Abril Music
2000- A Love Affair [The Music Of Ivan Lins]
2000- A Cor do Pôr do Sol - Abril Music
1999- Live At MCG - Jazz MCG/Heads Up
1999- Um Novo Tempo -Abril Music
1999- Dois Córregos - partes 1 e 2
1997- Os Sucessos De Novelas E Séries
1997- Viva Noel[Tributo A Noel Rosa]Vol 1 a 3 - Velas
1996- Ivan Lins e Chucho Valdés e Irakere - Ao Vivo - Velas
1995- The Heart Speaks - Ivan Lins e Terence Blanchard
1995- A Doce Presença de Ivan Lins - Velas
1995- Anjo de Mim - Velas
1994- Acervo Especial - BMG
1993- Awa Yiô - Velas
1991- 20 Anos Ao Vivo - Som Livre
1989- Amar Assim - Philips/ Polygram
1988- Two Brazilian Knights And A Lady
1988- Love Dance - WEA
1987- Mãos - Philips/ Polygram
1986- Harlequin - Ivan Lins Lee Ritenour and Dave Grusin
1986- 1986 - Philips/ Polygram
1984- Encuentro
1984- Juntos - Philips/ Polygram
1983- Depois dos Temporais - Philips/ Polygram
1981- Daquilo Que Eu Sei - Philips/ Polygram
1980- Novo Tempo - EMI
1979- A Noite - EMI
1978- Nos Dias de Hoje - EMI
1977- Somos Todos Iguais Nesta Noite - EMI
1975- Chama Acesa - Sony Music/ RCA Victor
1974- Modo Livre - Sony Music/ RCA Victor
1972- Quem Sou Eu? - Philips/Phonogram
1971- Deixa O Trem Seguir - Philips/Forma
1970- Agora - Philips/Forma