sábado, 16 de novembro de 2013

Edu Lobo


Eduardo de Góes Lobo, nascido aos 29 de agosto de 1943 na cidade do Rio de Janeiro é um cantor, compositor, arranjador e instrumentista brasileiro. Filho do compositor Fernando Lobo, começou na música tocando acordeon, mas acabou se interessando pelo violão, contra a vontade do pai. Iniciou a carreira nos anos 60 fortemente influenciado pela bossa nova, quando então numa parceria com Vinicius de Moraes, compôs Só Me Fez Bem. Porém, com o decorrer do tempo adotou uma postura mais político-social, refletindo os anseios da geração reprimida pela ditadura militar brasileira. Nesta fase surgiu uma parceria com Ruy Guerra e as composições engajadas Reza e Aleluia. Ao mesmo tempo em que participava de vários festivais de música popular, obtendo o primeiro prêmio em 1965 como Arrastão (com Vinicius de Moraes) e em 1967 com Ponteio (com Capinam), e que venceu o Terceiro Festival de Música Popular Brasileira da TV Record, Edu dedica-se a compor trilhas para espetáculos teatrais, entre eles o histórico Arena Conta Zumbi, ao lado de Gianfrancesco Guarnieri. 

Depois de uma temporada nos Estados Unidos, Edu volta ao Brasil e retoma várias parcerias, entre elas a com Chico Buarque, e compõem a música de novas peças e balés. Pensado originalmente para o ballet teatro do Balé Teatro Guaíra, e inspirado no poema homônimo do parnasianista/ modernista Jorge de Lima (da obra A Túnica Inconsútil, 1938), o espetáculo estreou em 17 de março de 19831 , mesclando música, balé, ópera, circo, teatro e poesia. Tamanho o sucesso, originou uma turnê de dois anos pelo país, assistida por mais de duzentas mil pessoas, em quase duzentas apresentações. Consagrou umas das mais completas obras já apresentadas no país, lotando o Maracanãzinho e o Coliseu dos Recreios, em Lisboa. As canções foram interpretadas por Milton Nascimento,Jane Duboc, Gal Costa, Simone, Gilberto Gil, Zizi Possi, entre outros. O disco coletivo foi lançado pela Som Livre. Valendo-se ainda do filão engajado da pós-ditadura, cantou no coro da uma versão brasileira de We are the world, o hit americano que juntou vozes e levantou fundos para a África ou USA for Africa. 

O projeto Nordeste já (1985), abraçou a causa da seca nordestina, unindo 155 vozes num compacto, de criação coletiva, com as canções Chega de mágoa e Seca d´água. Elogiado pela competência das interpretações individuais, foi no entanto criticado pela incapacidade de harmonizar as vozes e o enquadramento de cada uma delas no coro. O disco Meia-noite recebeu o Prêmio Sharp de melhor disco de música popular brasileira do ano de 1995. O disco Cambaio, gravado com Chico Buarque, recebeu o Grammy Latino de melhor álbum de MPB (2002).

Discografia:

  1. Eduardo Lobo - Compacto Duplo - 1962 Gravadora: Copacabana
  2. A música de Edu Lobo Por Edu Lobo - 1964 - Arranjos: Edu Lobo / Luis Eça Gravadora: Elenco
  3. Edu canta Zumbi - 1965 - Arranjos: Guerra Peixe
  4. Edu e Bethânia - Edu Lobo / Maria Bethania - 1966 Gravadora: Elenco
  5. Reencontro - Sylvia Telles / Edu Lobo / Trio Tamba / Quinteto Villa-Lobos - 1966
  6. Edu - Edu Lobo - 1967 Gravadora: Philips
  7. From the hot afternoon - Paul Desmond - 1969 - Arranjos: Don Sebesky
  8. Sérgio Mendes presents Lobo - Edu Lobo - 1970 - Arranjos: Edu Lobo / Sérgio Mendes
  9. Cantiga de longe - Edu Lobo - 1970 - Arranjos: Hermeto Paschoal / Edu Lobo Gravadora: Elenco
  10. Missa Breve - Edu Lobo / Milton Nascimento - 1972 - Arranjos: Edu Lobo Gravadora: EMI Odeon
  11. Deus lhe pague - Varios / Several - 1976 - Arranjos: Lindolfo Gaya Gravadora: EMI ODEON
  12. Limite das águas - Edu Lobo - 1976 - Arranjos: Edu Lobo / Mauricio Maestro Gravadora: Continental
  13. Camaleão - Edu Lobo - 1978 - Arranjos: Edu Lobo / Mauricio Maestro / Dori Caymmi Gravadora: Philips}}
  14. Tempo presente - Edu Lobo - 1980 - Arranjos: Edu Lobo / Dori Caymmi Gravadora: Polygram
  15. Edu & Tom - Edu Lobo / Tom Jobim - 1981 - Arranjos: Edu Lobo / Tom Jobim Gravadora: Polygram
  16. Jogos de Dança - 1981 - Arranjos: Edu Lobo
  17. O Grande Circo Místico - Milton Nascimento / Jane Duboc / Gal Costa / Simone / Gilberto Gil / Tim Maia / Zizi Possi / Chico Buarque / Edu Lobo - 1983 - Arranjos: Chiquinho de Moraes / Edu Lobo Gravadora: Som Livre
  18. Dança da Meia Lua - Edu Lobo - 1985 Gravadora: Sigla
  19. O Corsário do Rei - Fagner / Edu Lobo / ChicoBuarque / Blitz / Gal Costa / MPB4 / Nana Caymmi / Lucinha Lins / Tom Jobim / Zé Renato / Claudio Nucci / Ivan Lins / Marco N - 1985 - Arranjos: Chico de Moraes / Eduardo Souto Neto - arranjos vocais: Mauricio Maestro Gravadora: Som Livre
  20. Rá-Tim-Bum - Boca Livre, Caetano Veloso, Joyce, Maíra, Quarteto Quatro por Quatro, Ze Renato, Edu Lobo, Jane Duboc, Rosa Maria - 1989 - Arranjos: Cristóvão Bastos / Chico de Moraes
  21. Corrupião - Edu Lobo - 1993 - Arranjos: Edu Lobo Gravadora: Velas
  22. Meia Noite - Edu Lobo, Dori Caymmi - 1995 - Arranjos: Cristovão Bastos Gravadora: Velas
  23. Songbook Edu Lobo - Varios / Various - 1995 Gravadora: Lumiar Discos
  24. Álbum de Teatro - 1997 - Arranjos: Chico de Moraes, Cristovão Bastos, Eduardo Souto Neto, Nelson Ayres, Paulo Bellinati Gravadora: BMG
  25. Cambaio - Edu Lobo / Chico Buarque / Gal Costa / Lenine / Zizi Possi - 2002
  26. Tantas Marés - Edu Lobo - 2010 - Gravadora Biscoito Fino
  27. Edu Lobo e The Metropole Orkest - 2013 - Gravadora Biscoito Fino

sábado, 24 de agosto de 2013

Anastácia


Lucinete Ferreira, nascida aos 30 de maio de 1941 em Recife - PE, é uma cantora e compositora brasileira. Seu interesse pela música surgiu muito cedo, aos sete anos de idade. Nessa época, acompanhava um cantador de cocos no bairro Macaxeira, onde ela vivia. Iniciou a carreira no ano de 1954, cantando na Rádio Jornal do Comércio no Recife. Interpretava canções do sul do país, principalmente sucessos de Celly Campello. Em 1960, transferiu-se para São Paulo, onde passou a cantar gêneros nordestinos. Fez shows pelo interior paulista, participando da "Caravana do peru que fala", com Sílvio Santos. Em seguida apresentou-se com a dupla nordestina Venâncio e Corumba. Ganhou nessa época o nome artístico de Anastácia, dado pelo produtor, cantor e compositor Palmeira, então diretor da gravadora Chantecler. Gravou em 1960 seu primeiro disco, um compacto com as músicas Noivado longo, de Max Nunes, Chuleado, A Dica do Deca e Forró fiá, todas de Venâncio e Corumbá. Em 1961 gravou o primeiro LP pela Chantecler. Em 1963, o cantor Noite Ilustrada gravou a primeira composição de Anastácia, Conselho de amigo, feita em parceria com Italúcia. Passou, em seguida, para a gravadora Continental onde gravou quatro LPs, que obtiveram sucesso especialmente no Nordeste. Em meados da década de 60, conheceu o cantor Dominguinhos num programa de Luiz Gonzaga na extinta TV Continental no Rio de Janeiro, com quem se casou e fez parceria musical. Com Dominguinhos participou de uma caravana artística com o "Rei do baião". Em 1969, participou com Dominguinhos do Festival de Música Regional Nordestina, promovido pela TV Bandeirantes, com as composições Um mundo de amor, que não foi classificada e De amor eu morrerei, que chegou em segundo lugar, as duas defendidas pela cantora nordestina Marinês. Com Dominguinhos compôs mais de 50 músicas. Em 1969, lançou pela RCA Victor o disco Caminho da roça, com a participação de Luiz Gonzaga nas faixas Minha gente, eu vou me embora, de Antônio Barros e Feira do pobre, de Onildo Almeida. Em 1970, lançou o LP Canto do sabiá, apenas com composições próprias. No mesmo ano, gravou duas composições, De amor eu morrerei e Um mundo de amor, no LP Festival nordestino, ambas de sua autoria e Dominguinhos. Em 1971, lançou o LP Torrão de ouro. Em 1973, Gilberto Gil gravou sua composição Eu só quero um xodó, parceria com Dominguinhos, em gravação clássica. Essa música recebeu mais de 20 regravações. O mesmo Gilberto Gil gravou com sucesso a canção Tenho sede, regravando-a em 1994 no disco Unplugged. Em 1974, teve duas de suas músicas gravadas por duas das maiores cantoras brasileiras, Gal Costa, que regravou De amor eu morrerei e Ângela Maria que gravou Amor que não presta não serve pra mim. Anastácia gravou cerca de 30 discos, constituindo-se numa das maiores nomes do forró. Outros intérpretes que gravaram composições suas foram Nana Caymmi, Cláudia Barroso, Jane Duboc, Doris Monteiro, José Augusto, Ângela Maria e outros, além dos internacionais Paul Murriat, Timy Thomas e Ornela Vanoni.

Em 1989, participou, juntamente com o grupo Bendegó e Cézar do Acordeom, do LP "Forró bom! - É do ABC!!!", da gravadora Musicolor/Continental, disco no qual interpretou "Forró bom é do Abc", "Quando me lembro de tu", e "Eu tô doida pra te ver", de sua autoria, e "Nó no pescoço", parceria com Marcos Rozilla. Em 1994, a composição "Tenho sede" foi regravada por Gilberto Gil, no disco "Unplugged". Gravou cerca de 30 discos, constituindo-se numa das maiores artistas do forró.
Em 2009, lançou o CD "Amor entre quatro paredes", do qual foi responsável pela produção musical, junto com Deca, e pela produção executiva. Das 18 faixas, 17 contaram com a sua assinatura, em parcerias com compositores como Messias Lima, Liane, e Chico Macambira, além de seu ex-marido, Dominguinhos. Em 30 de maio de 2011, data em que completou setenta anos, lançou em Recife o livro "Eu sou Anastácia - histórias de uma rainha", escrito em parceria com a cantora e historiadora Lêda Dias. O livro contou com o patrocínio do Funcultura, do FUNDARPE e da Secretaria de Educação do Governo de Pernambuco. O lançamento reuniu amigos da cantora e diversos artistas representativos da música regional de Pernambuco. Nesse mesmo ano, somando 210 composições com Dominguinhos, que vão do samba ao baião e forró, entre outros ritmos, e comemorando 56 anos de carreira, foi atração no programa "Sr. Brasil", apresentado por Rolando Boldrin, na TV SESC. Na oportunidade, deu entrevista e interpretou vários sucessos, como "Amor de zabelê", "Saudade matadeira", e "Doidinho doidinho", as duas últimas, parcerias suas com Dominguinhos.

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Dominguinhos - Despedida aos 72 anos


José Domingos de Morais, nascido aos 12 de fevereiro de 1941 em Garanhuns - PE, e falecido aos 23 de julho de 2013 em São Paulo - SP, conhecido como Dominguinhos, foi um instrumentista, cantor e compositor brasileiro. Exímio sanfoneiro, teve como mestres nomes como Luiz Gonzaga e Orlando Silveira. Teve em sua formação musical influências de baião, bossa nova, choro, forró, xote e jazz. Oriundo de família humilde, seu pai, mestre Chicão, era um conhecido sanfoneiro e afinador de sanfonas. Dominguinhos interessou-se por música desde cedo, começando a aprender sanfona com seis anos de idade, quando ganhou um pequeno acordeão de oito baixos e chegou a se apresentar em feiras livres e portas de hotéis em troca de algum dinheiro junto com seus dois irmãos, com quem formava o trio Os Três Pinguins. 

Praticava o instrumento por horas a fio, e logo tornou-se proficiente nas sanfonas de 48, 80 e 120 baixos, e acabou por tornar-se músico profissional ainda garoto. Em 1950, aos nove anos de idade, conheceu Luiz Gonzaga quando tocava na porta do hotel em que este estava hospedado. Luiz Gonzaga se impressionou com a desenvoltura do menino e o convidou a ir ao Rio de Janeiro. Dominguinhos o fez em 1954, então com treze anos de idade, acompanhado do pai e dos dois irmãos, indo morar em Nilópolis. Ao encontrar-se com Luiz Gonzaga no Rio, este deu-lhe de presente uma sanfona e o integrou à sua equipe de músicos, e Dominguinhos passou a fazer shows pelo Brasil e participar de gravações. Em uma dessas viagens, em 1967, conhece a cantora de forró Anastácia (nome artístico de Lucinete Ferreira), com quem se casa e forma uma parceria artística que duraria onze anos. Dominguinhos já tinha um filho, Mauro, nascido em 1960 de seu primeiro casamento. Em 1976, Dominguinhos se casa com a também cantora Guadalupe Mendonça, com quem teve uma filha, Liv. Mesmo já estando separados, os dois mantiveram a amizade até a morte do cantor. 

Sua reputação como músico e arranjador cresceu e ele aproximou-se de músicos do movimento bossa nova. Fez trabalhos junto a inúmeros músicos de renome, como Gilberto Gil, Maria Bethânia, Elba Ramalho e Toquinho, e eventualmente acabou por consolidar uma carreira musical própria, englobando gêneros musicais diversos como bossa nova, jazz e pop. No fim de 2012, Dominguinhos teve problemas relacionados à arritmia cardíaca e infecção respiratória e foi internado no Recife, sendo posteriormente transferido para o Hospital Sírio-Libanês em São Paulo. Os médicos informaram que o cantor não deveria mais retornar do coma em que se encontrava. Apesar das declarações feitas por seu filho, Dominguinhos estava minimamente consciente e apresentava leve quadro de melhora. Em 13 de julho, o cantor deixou a UTI, mas ainda permaneceu internado, com quadro considerado estável. Dominguinhos estava internado no hospital Sírio Libanês em São Paulo e morreu às 17:50h do dia 23 de julho de 2013 após sofrer complicações infecciosas e cardíacas. O músico faleceu após perder uma batalha que durou 6 anos contra um câncer de pulmão.

Discografia:
  • 1964 – Fim de Festa
  • 1965 – Cheinho de Molho
  • 1966 – 13 de Dezembro
  • 1973 – Lamento de Caboclo
  • 1973 – Tudo Azul
  • 1973 – Festa no Sertão
  • 1974 – Dominguinhos e Seu Acordeon
  • 1975 – Forró de Dominguinhos
  • 1976 – Domingo, Menino Dominguinhos
  • 1977 – Oi, Lá Vou Eu
  • 1978 – Oxente Dominguinhos
  • 1979 – Após Tá Certo
  • 1980 – Quem me Levará Sou Eu
  • 1981 – Querubim
  • 1982 – A Maravilhosa Música Brasileira
  • 1982 – Simplicidade
  • 1982 – Dominguinhos e Sua Sanfona
  • 1983 – Festejo e Alegria
  • 1985 – Isso Aqui Tá Bom Demais
  • 1986 – Gostoso Demais
  • 1987 – Seu Domingos
  • 1988 – É Isso Aí! Simples Como a Vida
  • 1989 – Veredas Nordestinas
  • 1990 – Aqui Tá Ficando Bom
  • 1991 – Dominguinhos É Brasil
  • 1992 – Garanhuns
  • 1993 – O Trinado do Trovão
  • 1994 – Choro Chorado
  • 1994 – Nas Quebradas do Sertão
  • 1995 – Dominguinhos É Tradição
  • 1996 – Pé de Poeira
  • 1997 – Dominguinhos & Convidados Cantam Luiz Gonzaga
  • 1998 – Nas Costas do Brasil
  • 1999 – Você Vai Ver o Que É Bom
  • 2001 – Dominguinhos Ao Vivo
  • 2001 – Lembrando de Você
  • 2002 – Chegando de Mansinho
  • 2004 – Cada um Belisca um Pouco (com Sivuca e Oswaldinho do Acordeon, Biscoito Fino)
  • 2005 – Elba Ramalho & Dominguinhos
  • 2006 – Conterrâneos
  • 2007 – Canteiro (participação especial no CD de Margareth Darezzo)
  • 2008 – Yamandu + Dominguinhos

domingo, 21 de julho de 2013

Roberto Menescal


Roberto Batalha Menescal, nascido em Vitória - ES aos 25 de outubro de 1937 é um músico e compositor brasileiro e foi um dos fundadores do movimento bossa nova. Participava das reuniões no apartamento da cantora Nara Leão, na Avenida Atlântica, em Copacabana, onde o movimento começou. Menescal é um dos mais importantes compositores, ao lado de Tom Jobim, Carlos Lyra e Vinícius de Moraes. Criou canções que hoje são consideradas hinos do movimento e da própria música popular, como O barquinho, Você, Nós e o mar, Ah se eu pudesse, Rio, entre outras. Ronaldo Bôscoli é um dos seus parceiros mais constantes. As canções quase sempre apresentam o mar como temática. 

Como músico, acompanhou em apresentações e gravações, Nara Leão, Wanda Sá, Sylvia Telles, Lúcio Alves, Maysa, Aracy de Almeida, Dorival Caymmi, Elis Regina, entre outros, sendo dele o arranjo para a canção "bala com bala" de João Bosco e Aldir Blanc, interpretado por Elis em 1972. A cantora Zizi Possi deve a Menescal a oportunidade de gravar o primeiro disco da carreira, em 1978. Tocou ao lados dos músicos Luiz Eça, Luiz Carlos Vinhas, Bebeto Castilho, Hélcio Milito, Eumir Deodato, Ugo Marotta, Sergio Barrozo, Oscar Castro Neves, João Palma, Edison Machado, Wilson das Neves, Antônio Adolfo, Hermes Contesini, José Roberto Bertrami, João Donato e tantos outros. 

Além de músico, é produtor musical, tendo iniciado esse trabalho em 1964, com o LP Vagamente, disco de estréia da cantora Wanda Sá. Tempos depois, passou a produzir discos para a gravadora Polygram (atualmente Universal Music), onde também foi diretor artístico entre 1970 e 1986. Compôs a trilha sonora dos filmes Joana Francesa e Bye Bye Brasil, ambos de Cacá Diegues, e em parceria com Chico Buarque. Atualmente, além de tocar violão e guitarra, dirige um selo musical e gerencia novos grupos e projetos musicais, como o Bossacucanova. O último trabalho foi produzir um documentário sobre bossa nova, intitulado Coisa mais linda, em 2005, com o velho amigo Carlos Lyra. Produziu discos de artistas como Elis Regina, Nara Leão, Chico Buarque, Maysa, MPB-4, Maria Bethânia, Leila Pinheiro, Cauby Peixoto, Os Cariocas, Leny Andrade, Danilo Caymmi, Wanda Sá, entre outros.

domingo, 7 de julho de 2013

Carlos Lyra


Carlos Eduardo Lyra Barbosa, nascido aos 11 de maio de 1936 na cidade do Rio de Janeiro - RJ é um cantor, compositor e violonista brasileiro. Junto com Roberto Menescal, era uma das figuras jovens da bossa nova. Fez parte de uma bossa nova mais ativista, propondo o retorno do ritmo às suas raízes no samba. Dentre suas canções mais famosas estão "Maria Ninguém", "Minha Namorada", "Ciúme", "Lobo bobo", "Menina", "Maria moita" e "Se é tarde me perdoa". É o filho mais velho de José Domingos Barbosa, um oficial da Marinha, e da dona-de-casa Helena Lyra Barbosa. Possui dois irmãos: Sérgio Henrique Lyra Barbosa, também oficial da Marinha, e Maria Helena Lyra Fialho, professora de teatro. Carlos Lyra começou a fazer música com um piano de brinquedo aos sete anos de idade, passando, em seguida, a tocar gaita de boca. Ainda adolescente, quebrou a perna num campeonato de salto à distância. O acidente lhe obrigou a ficar de repouso na cama por seis meses. Para passar o tempo, foi-lhe oferecido um violão e o Método Paraguaçu de aprendizado do instrumento. Ao receber alta do médico, já dominava o violão. Estudou no Colégio Santo Inácio, foi semi-interno no Colégio São Bento e concluiu o antigo segundo grau no Colégio Mallet Soares, em Copacabana, onde conheceu o compositor Roberto Menescal, com quem montou a primeira Academia de Violão, uma forma que encontraram de viver profissionalmente da atividade musical, por onde passaram Marcos Valle, Edu Lobo, Nara Leão e Wanda Sá, entre outros. Nessa época, decidiu trocar o curso de Arquitetura na faculdade pela música. Participou da primeira geração da bossa nova ao lado do parceiro Ronaldo Bôscoli, e de Tom Jobim, Vinícius de Moraes e João Gilberto – todos representados no álbum Chega de Saudade, lançado em 1959. Abandonou o país após o golpe de 1964, só retornando em 1971. Casou-se com a atriz e modelo norte-americana Katherine Lee Revell (radicada no Brasil como Kate Lyra) na Cidade do México em 1969. Teve com ela sua única filha, Kay Lyra, cantora popular de formação clássica. Em 2004, seu casamento de 34 anos com Kate chegou ao fim e atualmente, Carlos Lyra vive no Rio de Janeiro. 

Discografia:

  • 1959 - Bossa Nova
  • 1961 - Carlos Lyra
  • 1962 - Bossa Nova Mesmo - Carlos Lyra / Laís / Lúcio Alves /Silvia Telles / Vinícius de Moraes /Conjunto Oscar Castro Neves
  • 1963 - Depois do carnaval, O Sambalanço de Carlos Lyra
  • 1964 - Pobre Menina Rica
  • 1965 - The Sound of Ipanema - Paul Winter / Carlos Lyra
  • 1967 - Carlos Lyra
  • 1969 - Carlos Lyra / Saravá
  • 1971 - …E no Entanto é Preciso Cantar
  • 1972 - Eu & Elas
  • 1974 - Carlos Lyra
  • 1975 - Herói do Medo
  • 1987 - 25 Anos de Bossa Nova
  • 1993 - Bossa Lyra
  • 1994 - Carioca de Algema
  • 1994 - Songbook
  • 1999 - Vivendo Vinícius ao Vivo - Baden Powell / Carlos Lyra / Miúcha / Toquinho
  • 2000 - Enciclopédia musical brasileira
  • 2000 - Millennium
  • 2003 - Coisa mais linda – As canções de Carlos Lyra
  • 2004 - Sambalanço
  • 2005 - Carlos Lyra - 50 Anos de Música
 Fonte e biografia completa em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Carlos_Lyra

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Lúcio Alves


Lúcio Ciribelli Alves, nascido aos 28 de janeiro de 1927 em Cataguases - MG e falecido aos 3 de agosto de 1993 no Rio de Janeiro - RJ, foi um cantor e compositor brasileiro. Começou a tocar violão na infância. Criou nos anos 1940, o grupo musical Namorados da Lua, ele era o cantor, violonista e arranjador; o grupo fez sucesso e se desfez em 1947. Compôs com Haroldo Barbosa a canção De conversa em conversa e Baião de Copacabana. No início da década de 1950 se tornou um dos cantores mais populares do rádio. Gravou com Dick Farney - Teresa da praia (Tom Jobim/Billy Blanco), Sábado em Copacabana (Dorival Caymmi/Carlos Guinle), Valsa de uma cidade (Ismael Neto/Antônio Maria), Xodó (Jair Amorim/J M de Abreu). Lançou o disco Lúcio Alves interpreta Dolores Duran - 1960 - homenageando a cantora que morreu em 1959. Os discos A bossa é nossa e Balançamba, destacam-se as suas interpretações para Dindi (Tom Jobim/Aloysio de Oliveira), Samba da minha terra de Dorival Caymmi, Ah, se eu pudesse e O barquinho (Roberto Menescal/Ronaldo Bôscoli). Dóris e Lúcio no Projeto Pixinguinha - com Dóris Monteiro - gravadora EMI Odeon Brasil - 1978. Romântico/A arte do espetáculo - ao vivo - gravado ao vivo no restaurante-bar Inverno & Verão - São Paulo - agosto de 1986. Foi a última gravação de Lúcio Alves.

Discografia:

  • 1957 Serestas (Mocambo)
  • 1959 Lúcio Alves, sua oz íntima, sua Bossa Nova, interpretando Sambas em 3-D (Odeon)
  • 1960 A noite do meu Bem (Odeon)
  • 1961 A Bossa é nossa (Philips)
  • 1961 Cantando depois do sol (Philips)
  • 1961 Bossa Nova mesmo (Philips)
  • 1962 Tio Samba - Música americana em Bossa Nova (Philps)
  • 1963 Balançamba (Elenco)
  • 1964 Bossa Session (Elenco)
  • 1974 MPB ao vivo
  • 1975 Lúcio Alves (RCA Victor)
  • 1978 Dóris Monteiro e Lúcio Alves no Projeto Pixinguinha (Coronado/EMI-Odeon)
  • 1986 Romântico (Inverno & Verão)
  • 1988 Há sempre um Nome de Mulher

segunda-feira, 29 de abril de 2013

João Gilberto


João Gilberto Prado Pereira de Oliveira, nascido aos 10 de junho de 1931 em Juazeiro - BA e falecido aos 06 de julho de 2019, foi um cantor, violonista e compositor brasileiro. Tido como o pioneiro criador da bossa nova, é considerado um gênio e uma lenda viva da música popular brasileira. Desde o lançamento do compacto que continha Chega de Saudade e Bim Bom, munido apenas da voz e do violão, começou uma revolução na música brasileira1 e na música mundial, não só pela famosa "batida da bossa nova". Dono de uma sonoridade original e moderna até hoje, João Gilberto foi o artista que levou a música popular brasileira ao mundo, principalmente para os Estados Unidos, Europa e Japão. Tido como um dos maiores influentes do jazz americano no século XX, ganhou prêmios importantes nos Estados Unidos e na Europa, como o Grammy, em meio a beatlemania. Seus shows, quando anunciados, têm os ingressos esgotados nas primeiras horas de venda. É um dos poucos artistas no mundo que podem gravar o que quer, quando quer , além de ser admirado por grandes nomes da música brasileira e mundial, como Caetano Veloso, Miles Davis, Eric Clapton. Tratado como um revolucionário na música, sua inovação estética é, ao mesmo tempo, uma continuidade da linha evolutiva da música popular brasileira, fiel à tradição do samba. 

Filho de Juveniano Domingos de Oliveira, um próspero comerciante, e Martinha do Prado Pereira de Oliveira, João, conhecido na época como Joãozinho da Patu, nasceu em Juazeiro, sertão da Bahia, nas margens do Rio São Francisco. Lá, viveu na cidade até 1942, quando passou a estudar em Aracaju, Sergipe, sempre tocando na banda escolar: tambor, marcação e caixa. Em 1946, voltou a Juazeiro, onde teve a oportunidade de escutar de Orlando Silva, Dorival Caymmi e Carmen Miranda a até Duke Ellington, Tommy Dorsey e Charles Trenet nos alto-falantes da cidade. Além disso, teve contato com música em casa, já que seu Juveniano tocava cavaquinho e saxofone como amador, além de incentivar financeiramente a Banda de Música 22 de Março. Nessa época, João costumava formar conjuntos vocais com os colegas de escola. Desde pequeno, João mostrou que possuía um ouvido privilegiado. Aos sete anos, percebeu um erro na execução da organista da igreja em meio às dezenas de vozes do coro. Aos 14 anos, ganhou seu primeiro violão do pai, que aprendeu a tocar pelo Método Elementar Turuna, o primeiro que lhe caiu em suas mãos. Ainda em Juazeiro, formou um conjunto vocal chamado Enamorados do Ritmo com os amigos Waltinho, Pedrito e Alberto, com João como líder e arranjador. Seu maior ídolo na época era Orlando Silva, em quem se espelhava para cantar. 

Em 1947, aos 16 anos, João vai à capital do estado, Salvador, para terminar o ginásio num internato. Aos 18 anos, em Salvador, começa a vida de artista no cast da Rádio Sociedade da Bahia, onde chegou a gravar com orquestra. Aos 19 anos, em 1950, João Gilberto chegou ao Rio de Janeiro, chamado para integrar o conjunto vocal Garotos da Lua. Com a entrada no grupo, João atua na Rádio Tupi, onde conheceu João Donato. Com o destaque na rádio, no ano seguinte, gravou, junto aos Garotos da Lua, dois discos de 78 rpm. João era tratado como joia no grupo, mas, por outro lado, já pensava em uma carreira solo. Assim, alguns meses depois, João deixa do grupo e grava um disco solo em 1952 para a gravadora Copacabana. Nesse disco, percebe-se a ausência do violão, além de que seu canto lembra Orlando Silva em seu auge, com o uso de vibratos, a divisão das palavras e o "sentimento". Entretanto, o estilo de Orlando já era antiquado à época - o público demandava um estilo mais moderno, compartilhado por Dick Farney e Lúcio Alves. Na época, João namorava a futura cantora Sylvia Telles. Oportunidades surgiram e Lúcio Alves sugeriu a Rádio Nacional que João gravasse um acetato contendo "Just one more chance", de Sam Coslow e Arthur Johnson em versão de Haroldo Barbosa chamada "Um minuto só". 

Em 1953, teve sua primeira composição gravada, "Você esteve com meu bem", parceria com Russo do Pandeiro, na voz de Marisa Gata Mansa, sua namorada à época. "Você esteve com meu bem" teve a orquestra do maestro Gaya e João ao violão, ainda sem a famosa batida da bossa nova. Nessa época, conheceu Johnny Alf, Tom Jobim e Vinicius de Moraes em suas visitas às boates do Rio. Chegara a gravar alguns jingles no estúdio de Russo do Pandeiro, como um para a Toddy, de letra "Eu era um garoto magricelo/ Muito feio e amarelo.// Toddy todo dia ele tomou/ Engordou e melhorou/ Forte ficou.// As garotas agora me chamam bonitão/ No esporte eu sou campeão". Tocava também em festas da sociedade, com cachês irrisórios. Em 1954, João conheceu Carlos Machado, o Rei da Noite, e com ele consegue participar do show "Esta vida é um carnaval", na boate Casablanca, com participação de Grande Otelo, Ataulfo Alves, a bateria da Império Serrano, entre outros artistas. João cantava em coro em uma cena e em outra cantava como solista um samba de Sinhô, "Recordar é viver", além de fazer pequenas aparições teatrais. O espetáculo foi um sucesso de crítica e público. Nesse mesmo ano, se juntara ao conjunto Quitandinha Serenaders. No grupo, conheceu Luiz Bonfá, Alberto Ruschel e Luís Telles, que se tornou um grande amigo de João. Chegou a integrar o conjunto Anjos do Inferno, em uma temporada paulista. Tocaram numa boate no Largo do Arouche, mas João logo saiu do grupo. A consagração, no entanto, não viria a João ainda nestes anos.

Discografia

Álbuns de estúdio

  • Chega de Saudade (Odeon, 1959) LP
  • O Amor, o Sorriso e a Flor (Odeon, 1960) LP
  • João Gilberto (Odeon, 1961) LP
  • Getz/Gilberto (Verve, 1964) LP
  • João Gilberto en México (Orfeon, 1970) LP
  • João Gilberto (Polydor, 1973) LP
  • The Best of Two Worlds (CBS, 1976) LP
  • Amoroso (Warner/WEA, 1977) LP
  • Brasil (WEA, 1981) LP
  • João (PolyGram, 1991) CD
  • João Voz e Violão (Universal/Mercury, 2000) CD

Singles

  • Quando Ela Sai (Alberto Jesus/Roberto Penteado)/Meia Luz (Hianto de Almeida/João Luiz) – (Copacabana, 1952) 78 rpm
  • Chega de Saudade/Bim Bom - (Odeon, 1958) 78 rpm
  • Desafinado/Hô-bá-lá-lá – (Odeon, 1958) 78 rpm

EP

  • João Gilberto Cantando as Músicas do Filme Orfeu do Carnaval (Odeon, 1959) 45 rpm

Coletâneas

  • Bossa Nova at Carnegie Hall (Audo Fidelity, 1982) LP
  • Herbie Mann & João Gilberto (Atlantic, 1965) LP
  • Gilberto and Jobim (Capitol, 1977) LP
  • Interpreta Tom Jobim (EMI/Odeon, 1985) LP
  • O Mito (Emi/Odeon, 1988) LP
  • The Legendary João Gilberto (Capitol/World Pacific, 1990) CD
  • Amoroso/Brasil (WEA) CD
  • Best of João Gilberto: Portrait de bossa nova (Universal, 2003) CD
  • For Tokyo (Universal, 2007) CD

Álbuns ao vivo

  • Getz/Gilberto #2 (Verve, 1966) LP
  • João Gilberto Prato Pereira de Oliveira (Verve, 1966) LP
  • Live at the 19th Montreux Jazz Festival (WEA, 1986) LP
  • Eu sei que vou te amar (Epic, 1994) CD
  • João Gilberto live at Umbria Jazz (EGEA, 2002) CD
  • João Gilberto in Tokyo (Universal Music, 2004) CD
 Fonte e biografia completa em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o_Gilberto

domingo, 21 de abril de 2013

Billy Blanco


William Blanco Abrunhosa Trindade, nascido aos 8 de maio de 1924 em Belém - PA e falecido aos 8 de julho de 2011 no Rio de Janeiro - RJ, foi um arquiteto, músico, compositor e escritor brasileiro. Atraído pela música desde criança, quando começou a compor tinha cuidado ao escrever seus sambas, com letras elaboradas, assuntos e composições das canções. Nos anos 1940, quando cursava o segundo ano de Engenharia, foi para São Paulo, para fazer o curso de Arquitetura, e ingressou no Mackenzie College em 1946. Foi para o Rio de Janeiro, e estudou na Faculdade de Arquitetura e Belas Artes, em 1948. Graduou-se em 1950 em Arquitetura. 

Tinha um estilo próprio, descrevendo os acontecimentos a sua volta, com humor ou no gênero de exaltação, falando de amor e das desilusões; onde seu samba sincopado, que fugia da cadência vigente do estilo, passou a chamar a atenção dos cantores da época. Sua primeira composição foi "Pra Variar", em 1951. Nos anos 1950 e 1960 seus sucessos foram gravados por Dick Farney, Lúcio Alves, João Gilberto, Dolores Duran, Sílvio Caldas, Nora Ney, Jamelão, Elizeth Cardoso, Dóris Monteiro, Os Cariocas, Pery Ribeiro, Miltinho, Elis Regina e Hebe Camargo. Seu primeiro sucesso foi "Estatutos da Gafieira", na voz de Inezita Barroso, em gravação da RCA Victor de 1954. Entre seus parceiros estiveram Baden Powell, em "Samba Triste", Tom Jobim, em "Sinfonia do Rio de Janeiro" (suíte popular em ritmo de samba, de 1960) e João Gilberto, em "Descendo o Morro" e "A Montanha/O Morro", onde os dois doutores do asfalto homenageiam o samba de gente simples e de favela. Foram 56 parcerias com o violonista Sebastião Tapajós e com outros compositores, num total de quinhentas músicas, sendo que trezentas já gravadas. 

Entre seus sucessos destacam-se "Sinfonia Paulistana", "Tereza da Praia", "O Morro", "Estatuto da Gafieira", "Mocinho Bonito", "Samba Triste", "Viva meu Samba", "Samba de Morro", "Pra Variar", "Sinfonia do Rio de Janeiro" e "Canto Livre". "Sinfonia do Rio de Janeiro" é composta por dez canções, escritas em parceria com Tom Jobim, em 1960. As canções que formam a suíte são "Hino ao Sol", "Coisas do Dia", "Matei-me no Trabalho", "Zona Sul", "Arpoador", "Noites do Rio", "A Montanha", "O Morro", "Descendo o Morro" e "Samba do Amanhã". "Sinfonia Paulistana" foi concluída em 1974, depois de dez anos de trabalho. É composta por quinze canções, cantadas por Elza Soares, Pery Ribeiro, Cláudia, Claudette Soares, Nadinho da Ilha, Miltinho e pelo coro do Teatro Municipal de São Paulo. A produção foi de Aloysio de Oliveira, com orquestra regida pelo maestro Chico de Moraes. As músicas se chamam "Louvação de Anchieta", "Bartira", "Monções", "Tema de São Paulo", "Capital do Tempo", "O Dinheiro", "Coisas da Noite", "O Céu de São Paulo", "Amanhecendo", "O Tempo e a Hora", "Viva o Camelô", "Pro Esporte", "São Paulo Jovem", "Rua Augusta" e "Grande São Paulo". Em "Monções, destaca-se o carimbó épico, e em "O Tempo e a Hora", a fusão entre bossa e pop. O jornal O Estado de S. Paulo definiu o refrão de "Tema de São Paulo" como o "que mais define o paulistano". Desde o ano em que foi concluída a suíte, essa música, a mais famosa da suíte, faz parte da trilha sonora do Jornal da Manhã, noticiário matutino da Rádio Jovem Pan. Depois de passar uma temporada no Forte de Copacabana durante a ditadura brasileira, Billy Blanco compôs "Canto Livre". 

Estava em plena atividade dedicando-se a música gospel, até sofrer um derrame e ser internado no Rio de Janeiro no segundo semestre de 2010. Apesar do quadro estável, em dezembro ainda não conseguia se comunicar oralmente. Em 8 de julho de 2011 o cantor e compositor morreu, aos 87 anos. Ele estava internado desde o AVC. Em 2012, foi homenageado pela Prefeitura do Rio de Janeiro, emprestando seu nome para o Mergulhão Billy Blanco, obra no Trevo das Palmeiras (também conhecido como Cebolão), na Barra da Tijuca.

quarta-feira, 20 de março de 2013

Emílio Santiago - Despedida aos 66 anos


O cantor Emílio Santiago, 66 anos, morreu às 6h30 desta quarta-feira (20), no Rio de Janeiro. Ele estava internado no CTI (Centro de Terapia Intensiva) do Hospital Samaritano, no bairro de Botafogo, devido a complicações causadas por um AVC (Acidente Vascular Cerebral). O cantor havia sido internado no hospital no dia 7 de março, com um quadro de AVC isquêmico. O velório acontece a partir das 12h desta quarta, na Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro. O espaço foi cedido pelo prefeito da cidade, Eduardo Paes. O enterro será na quinta-feira (21), no Memorial do Carmo, às 11h. O último disco de Emílio Santiago foi Só Danço Samba (Ao Vivo), lançado em 2012.

Figura carismática e querida por todo o meio artístico, interpretou como poucos o cancioneiro popular brasileiro, dando alma à tantas composições de famosos compositores brasileiros. Aproveito este espaço para manifestar minha sincera homenagem a esta figura extraordinária que nos deixa precocemente. O Brasil, hoje, fica mais triste e empobrecido, pela perda deste homem de bem e desta voz única. Vá em paz Emílio, e que os espíritos de luz o recebam no plano espiritual com muito amor.

sábado, 16 de março de 2013

Dolores Duran


Adiléia Silva da Rocha, nascida aos 7 de junho de 1930 na cidade do Rio de Janeiro - RJ e falecida, também na cidade do Rio de Janeiro em 24 de outubro de 1959, foi uma cantora e compositora brasileira, cujo nome artístico era Dolores Duran. Nasceu numa vila na rua do Propósito, no Centro do Rio de Janeiro, onde morou por alguns anos. Teve uma infância pobre e não conheceu o pai. Mudou-se para um cortiço no bairro da Piedade, subúrbio carioca, com a mãe, o padrasto e as irmãs Denise, Solange e Leila. Desde criança gostava de cantar e sonhava em ser cantora famosa. Aos 8 anos de idade contrai a febre reumática, que quase a levou a morte, e que deixou como sequela um sopro cardíaco gravíssimo. Por pouco ela não resiste, para desespero de sua mãe. 

Aos doze anos de idade, influenciada pelos amigos, resolve, com a permissão da mãe, se inscrever num concurso de cantores, mas ela tinha dúvidas se iria se sair bem. Surpreendentemente, ela cantou muito bem, como uma profissional e conquistou o primeiro prêmio no programa Calouros em Desfile, de Ary Barroso. As apresentações no programa tornaram-se frequentes, fixando-a na carreira artística. Nesta ocasião ela teve que abandonar os estudos, parando no ensino primário, para ajudar a mãe com despesas de casa. Arranja um emprego e passa a trabalhar como atriz nas rádios Cruzeiro do Sul, nos programas da Tupi e no teatro, além de cantar em programas de tv, mas todos esses empregos eram temporários, o que não garantia dinheiro certo. 

Adiléia tenta terminar os estudos, ingressando no ginásio, pagando uma escola, mas como o dinheiro era pouco e as mensalidades da escola estavam atrasadas, ela é expulsa do colégio. Como ela tinha que se dedicar muito a música e ao teatro, ela decide de vez parar de estudar. Sua mãe não gosta desta atitude e mesmo após brigas, a mãe, a contra gosto, tenta aceitar a vocação de cantora da filha, já que a mãe dizia que artistas também estudavam e que a fama acaba um dia. Adiléia tinha uma personalidade muito forte e não levava desaforos para casa, respondia a quem quer que fosse, sabia se defender bem. 

No final dos anos 40, ela conhece um casal rico e influente: Lauro e Heloísa Paes de Andrade, que já a tinham ouvido cantar. Eles passam a ajudá-la a se tornar realmente uma cantora e a levam em diversos lugares chiques e reconhecidos, frequentado por famosos. Lauro passa a chamá-la de Dolores Duran, por ser um nome fino na época. Esse nome é espanhol e dramático que significa Dores. Ele é muito forte e traz uma carga de dor e sofrimento intenso, e o sobrenome Duran, que quer dizer durante, sempre, intensifica ainda mais, como se não tivesse fim essa dor. 

Sem nunca ter estudado línguas, aprendeu sozinha a cantar em inglês, francês, italiano, espanhol e até em esperanto. Ella Fitzgerald durante sua passagem pela bela cidade do Rio de Janeiro, nos anos 1950, foi à boate Baccarat especialmente para ouvir Dolores e entusiasmou-se com a interpretação de Dolores para My Funny Valentine - a melhor que já ouvira, declarou Fitzgerald. O jornalista Antônio Maria foi um dos melhores amigos da cantora, e escrevia publicações sobre ela. Suas músicas se tornaram estrondoso sucesso. Eram dramáticas, belas e românticas, e expressavam os sentimentos mais puros de um coração. Prova disso é que Antônio Maria publicou: "Dolores Duran falou de sentimentos como ninguém, em todas as línguas. Seu idioma era o amor!" Cantava em diversas boates no boêmio e encantador Rio de Janeiro daquela época. Sua fama se espalhou e foi contratada pela Rádio Nacional, uma das várias rádios cariocas que reuniam artistas do país inteiro, e que na época só escolhia os melhores cantores. Era a rádio mais disputada. Qualquer artista brasileiro, para fazer sucesso, tinha que vir ao Rio de Janeiro, capital política e cultural do Brasil, para se lançar. 

Ela jamais estudou canto e música, mas sua voz não precisava de correção através de aulas. Parecia mesmo que ela tinha nascido para cantar. Nessa época seu padrasto morre e sua família enfrenta grandes dificuldades. Passou a cantar músicas internacionais no programa Pescando Estrelas, onde só havia cantoras jovens e conceituadas. Lá ela conhece e se torna melhor amiga da cantora da importante Rádio Guanabara e da famosa Rádio Nacional, Julie Joy. Teve muitos namorados. O primeiro que teve foi um garçom da boate Vogue. O apelido dele era Serra Negra. O namorou por alguns poucos meses. Ele pediu para voltar, mas como ela era mulher de uma palavra só, não voltou. Viu que não deu certo na primeira vez, na segunda sairiam brigas novamente. Depois dele, namorou por 6 meses o compositor Billy Blanco, de quem também gravou músicas, já que ele escrevia várias letras. Nessa época compôs junto com Tom Jobim o samba O negócio é amar, que fez grande sucesso. Nara Leão interpretou a canção. Nesse período já estava famosa, distribuía autógrafos pela rua, onde ia a entrevistavam e tiravam fotos suas. Gostava de futebol e frequentava o famoso estádio do Maracanã, onde assistiu a Copa de 1950. Também ia muito nas maravilhosas praias cariocas e nos badalados cinemas. 

A década de 1950 se iniciou marcante para Dolores, que passou a cantar nas sofisticadas boates do famosíssimo Hotel Glória. Em 1951, conhece um músico do Acre, tocador de acordeon, chamado João Donato. Eles se encontravam em frente ao Hotel Glória todas as noites. Dolores, João e Julie eram grandes amigos, sempre saíam juntos e passeavam, também com outros colegas. Só não se casaram devido à oposição da família do rapaz e do preconceito da sociedade. Donato tinha 17 anos, enquanto Dolores tinha 21 e uma mulher mais velha não era bem vista com um homem mais novo. Ela lutou muito para tê-lo ao seu lado, mas ele preferiu ouvir sua família. O namoro chegou ao fim quando Donato foi morar no México. Donato e Dolores não aguentavam mais brigas e cobranças de suas famílias. Isso a fez sofrer, mas ela superou e seu sucesso na música aumentou. 

A estreia de Dolores em disco foi em 1952, chamado Músicas para o Carnaval, gravando dois sambas para o Carnaval do ano seguinte: Que bom será (Alice Chaves, Salvador Miceli e Paulo Márquez) e Já não interessa (Domício Costa e Roberto Faissal). Em 1953, gravou Outono (Billy Blanco), e Lama (Paulo Marquez e Alice Chaves). Dois anos depois, vieram as canções Canção da volta (Antônio Maria e Ismael Neto), Bom querer bem (Fernando Lobo), Praça Mauá (Billy Blanco) e Carioca (Antônio Maria e Ismael Neto). Muitas vezes, nas madrugadas, ela criava suas letras na mesa dos bares, bebendo e fumando, ouvindo canções de bolero, salsa, choro e samba. Se inspirava em seus casos amorosos e na sua vida em geral, suas alegrias, tristezas, dores, anseios e mágoas, para compor suas inesquecíveis letras. Em 1955 foi vítima de um infarto, tendo passado trinta dias internada no hospital Miguel Couto. Dolores resolveu não seguir as restrições que os médicos lhe determinaram, agravando os problemas cardíacos que trazia desde a infância, problemas que só se agravaram com o tempo, pois abusava do cigarro (fumava mais de três carteiras por dia) e da bebida, principalmente a vodca e o uísque. Com isso, a depressão passou a marcar sua vida. Mesmo famosa e amada por milhares de fãs, se sentia triste, um vazio lhe tomava conta e com isso, buscava refúgio na bebida e no cigarro. Nesse mesmo ano, conheceu o cantor e compositor Macedo Neto, de quem gravou diversos sambas. Os dois se conheceram nos estúdios da gravadora Copacabana e rapidamente foram morar juntos. Antes de se casarem no papel, porém, Dolores engravidou dele e passou por uma gravidez tubária (gravidez de alto risco que acarreta esterilidade materna e perda do feto), interrompendo seu sonho de ser mãe, o que arruinou sua vida e a levou a piora do vício em cigarro e bebidas. Um fato que a marcou foi que após ter perdido seu filho, ter entrado em depressão e resolvido se casar oficialmente com Macedo, ele proibiu sua mãe de comparecer ao casamento deles, por a mãe dela ser negra, fato que a deixou perplexa e enfurecida. A única que foi ao seu casamento foi a irmã Denise, pois sua mãe e suas outras irmãs não conseguiram ir por tamanha ofensa. Dolores só se casou para não se sentir tão só, pois nunca perdoou o marido por não ter deixado sua mãe ir ao seu casamento. Em 1958, após muitas discussões e brigas violentas, desquitou-se de Macedo Neto e passou meses na Europa cantando e se apresentando com seu conjunto musical, fazendo muito sucesso. Lá encontrou e viveu novos e intensos amores. 

Em 1956, fez sucesso com a canção Filha de Chico Brito, composta por Chico Anysio. No ano seguinte, um jovem compositor apresentou a Dolores uma composição dele e de Vinícius de Moraes. Tratava-se de Antônio Carlos Jobim em início da carreira. Em três minutos, Dolores pegou um lápis e compôs a letra da canção "Por Causa de Você". Vinícius ficou encantado com a letra e gentilmente cedeu o espaço a Dolores. Foi revelado, a partir daí, o talento de Dolores para a composição e grandes sucessos, como Estrada do Sol, Ideias Erradas, Minha Toada e A Noite do Meu Bem, entre outros. Cantou no Uruguai, na União Soviética e na China, na companhia de músicos brasileiros, mas, por desentendimento dela com o grupo, Dolores muda de planos e realiza seu grande sonho, viajando da China sozinha para Paris. Ficou um bom tempo passeando e conhecendo as maravilhas da cidade-luz, a bela e encantadora Paris. De volta ao Brasil algum tempo depois, pegou para criar uma recém-nascida, pobre e negra, a quem deu nome de Maria Fernanda da Rocha Macedo, que foi registrada por Macedo Neto, mesmo estando ele separado de Dolores e a menina não ter com ele qualquer parentesco. A mãe biológica de Maria Fernanda era viúva e havia falecido após o parto pois não aguentou a emoção de ter perdido o marido, padrasto da menina, que foi uma das vítimas da pior tragédia em trens suburbanos do Rio de Janeiro. A bebê iria ficar com a empregada de Dolores, amiga da mãe da criança, mas por ela ser muito pobre, acabou entregando a neném para Dolores, que se encantou perdidamente pela criança e deu todo amor e carinho possíveis. Passeava com a menina e lhe deu tudo de bom que o dinheiro e o amor podiam proporcionar. 

A partir daí, durante os dois últimos anos de vida, compôs algumas das mais marcantes canções da MPB, como Castigo e Olha o Tempo Passando, entre tantas outras. Na madrugada de 23 de outubro de 1959, depois de um show na boate Little Club, a cantora saiu com seu último namorado, chamado Nonato Pinheiro e com seus amigos para uma festa no requintado Clube da Aeronáutica. Ao sair da festa, resolveram fechar a noite bebendo e ouvindo canções no Kit Club. A cantora chegou em casa às sete da manhã do dia 24. Brincou e beijou muito a filha, já com 3 anos, na banheira. Em seguida, passou os últimos cuidados à empregada Rita: "Não me acorde. Estou cansada. Vou dormir até morrer", disse brincando. No quarto, sofreu um infarto fulminante - que, à época, foi associado a uma dose excessiva de barbitúricos, cigarros e álcool. Encontra-se sepultada no Cemitério do Caju no Rio de Janeiro. A morte prematura de Dolores Duran, aos 29 anos, interrompeu uma trajetória vivida intensamente. A amiga Marisa Gata Mansa levou os últimos versos de Dolores para Ribamar musicá-los. Carlos Lyra fez o mesmo sobre os versos inéditos. O ex-marido criou a filha adotiva deles. 

Dolores Duran foi um grande expoente, como cantora e compositora, do gênero samba-canção, surgido na década de 1930. Além dela, destacam-se nesse gênero Maysa Matarazzo, Nora Ney, Dalva de Oliveira e Ângela Maria. O gênero samba-canção, pode ser comparado ao bolero pela exaltação do amor-romântico ou pelo sofrimento por um amor não realizado. O samba-canção antecedeu o movimento da bossa nova, surgido ao final da década de 1950. Mas este último, um amálgama do jazz norte-americano com o samba do Rio de Janeiro, representou um refinamento e uma maior leveza nas melodias e interpretações, que substituíram o drama pessoal e as melodias melancólicas.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Lupicínio Rodrigues


Lupicínio Rodrigues, nascido aos  16 de setembro de 1914 em Porto Alegre - RS e falecido em 27 de agosto de 1974, também em Porto Alegre - RS, foi um compositor brasileiro. Lupe, como era chamado desde pequeno, compôs marchinhas de carnaval e sambas-canção, músicas que expressam muito sentimento, principalmente a melancolia por um amor perdido. Foi o inventor do termo dor-de-cotovelo, que se refere à prática de quem crava os cotovelos em um balcão ou mesa de bar, pede um uísque duplo, e chora pela perda da pessoa amada. Constantemente abandonado pelas mulheres, Lupicínio buscou em sua própria vida a inspiração para suas canções, onde a traição e o amor andavam sempre juntos. De 1935 a 1947, trabalhou como bedel da Faculdade de Direito da UFRGS. Nunca saiu de Porto Alegre, a não ser por uns meses em 1939, para conhecer o ambiente musical carioca. Porto Alegre era seu berço querido e todo o seu universo. Boêmio, foi proprietário de diversos bares, churrascarias e restaurantes com música, que seguidamente ia abrindo e fechando, tudo apenas para ter, antes do lucro, um local para encontro com os amigos. Torcedor do Grêmio, compôs o hino tricolor, em 1953: Até a pé nós iremos / para que der e vier / Mas o certo é que nós estaremos / com o Grêmio onde o Grêmio estiver. Seu retrato está na Galeria dos Gremistas Imortais, no salão nobre do clube. Deixou cerca de uma centena e meia de canções editadas; outras centenas que compôs foram perdidas, esquecidas ou estão à espera de quem as resgate. Encontra-se sepultado no Cemitério São Miguel e Almas em Porto Alegre.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Lupic%C3%ADnio_Rodrigues

Algumas de suas obras:
  • Aves daninhas
  • Cadeira vazia
  • Cevando o amargo
  • Ela disse-me assim
  • Esses moços, pobres moços
  • Exemplo
  • Felicidade
  • Foi assim
  • Hino do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense
  • Judiaria
  • Loucura
  • Maria Rosa
  • Migalhas
  • Nervos de Aço
  • Nunca
  • Quem há de dizer
  • Se acaso você chegasse
  • Se é verdade
  • Sozinha
  • Torre de Babel
  • Um favor
  • Vingança
  • Volta
  • Zé Ponte

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Peninha


Aroldo Alves Sobrinho, nascido aos 17 de fevereiro de 1953 na cidade de São Paulo - SP, mais conhecido como Peninha, é um cantor e compositor brasileiro. 

Peninha gravou o primeiro compacto em 1972, mas seu primeiro grande sucesso foi "Sonhos" (1977), incluído na trilha da telenovela "Sem Lenço, Sem Documento" e com milhares de cópias vendidas. Músicas compostas por ele já foram gravadas por cantores como Caetano Veloso, Fábio Júnior, Daniel, Alexandre Pires, Roberta Miranda, Paulinho Moska e Renata Arruda, entre outros. A canção "Sonhos", seu maior sucesso, além de ter sido interpretada por Caetano Veloso, Paulinho Moska e Elymar Santos, foi regravada também em outros idiomas. 

Através de Caetano, Peninha conseguiu outro sucesso em "Sozinho", que ao se tornar tema da telenovela da TV Globo "Suave Veneno" vendeu um milhão de cópias em 1999. A música já tinha sido gravada antes por Sandra de Sá e Tim Maia, e Caetano registrou-a no disco "Prenda Minha". Em 2001, depois de algum tempo sem gravar, Peninha lançou "Coladinhos", produzido por Manoel Nenzinho Pinto. O trabalho possui 14 faixas, entre canções antigas e inéditas, incluindo "Um Milhão de Fantasias", "O Ritmo da Chuva" e "Quando Eu Amo É Assim". Peninha é casado há 25 anos com Valquíria Campos, com quem teve 5 filhos: Luciana, Thiago, Clariana, Willy e Stephany.

Gravaçoes: